São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997 |
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Avaliação traz surpresas
FERNANDO ROSSETTI
Há surpresas. A Universidade Federal de São Carlos, por exemplo, está com uma nota mediana em engenharia, contrastando com o alto conceito que tem no mercado. O tradicional curso de direito da Universidade Federal da Bahia tem condições insuficientes tanto na organização pedagógica quanto nas instalações. Seu corpo docente é apenas regular. Mas na área de administração, a UFBA se destaca. Apesar disso, as instituições mais conceituadas, como a USP, a Unicamp e a UnB, correspondem às expectativas -têm condições "muito boas" em todos os itens de engenharia civil. As três foram foco de boicote ao provão em 96. No geral, o quadro apresentado ontem é semelhante ao divulgado em abril: as universidades públicas são as melhores, com destaque para as estaduais paulistas e as federais. Mas o desempenho público não é homogêneo e há casos, como o da federal do Acre em direito, em que todas as condições são "insuficientes". Algumas das maiores instituições particulares do país, como a Estácio de Sá, no Rio, e a Universidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, se destacam pela infra-estrutura, mas têm conceitos piores em pedagogia e corpo docente. Terão de redirecionar seus investimentos para continuar a atrair estudantes. Mas o resultado do provão revela também a fragilidade do esquema montado pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, para controlar a qualidade do ensino superior -dar informação para a clientela. O provão é uma iniciativa governamental antipática para as instituições -desde o início houve forte reação contrária. O exame veio acoplado a uma enorme liberalização da área, que hoje tem muito mais facilidade para abrir cursos. Um futuro governo, mais susceptível aos lobbies desse setor, poderá acabar com o provão e manter a liberdade. Texto Anterior: Professores têm de melhorar Próximo Texto: ONU prepara declaração universal sobre armas Índice |
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