São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
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Situação evoluiu muito, diz Franco

'Números não refletem recuperação recente'

DA SUCURSAL DO RIO

O governo espera que, em janeiro, a recuperação das reservas cambiais seja mais rigorosa, "se nada ocorrer na Ásia", disse o presidente do BC (Banco Central), Gustavo Franco.
Os números anunciados ontem (sobre reservas internacionais), segundo Franco, ainda não refletem as mais recentes recuperações das reservas. "A situação já evoluiu bastante desde então, principalmente no fluxo cambial", disse.
As reservas caíram de US$ 52,85 bilhões para US$ 51,2 bilhões, pelo conceito de caixa. Essa queda, de quase US$ 1,7 bi, "é preocupante", disse André Carvalho, gerente de macroeconomia da Corretora Graphus.
"Os bancos estão revendo seus números", informou Carvalho. A expectativa da Graphus é que as reservas fechem o ano abaixo de US$ 50 bi.
Franco lembrou, no entanto, que dezembro seria um mês "mais delicado, dada a concentração imensa de amortizações e renovações de títulos". Quando há amortizações, o país está fazendo remessas para fora. Franco acrescentou que "a passagem do ano marca uma melhoria sensível nas contas externas".
Franco disse ainda que a política de juros depende de fatores externos e que a decisão do governo os levará em conta "na medida de sua riqueza".
A próxima reunião do Copom (Conselho de Política Monetária), na quarta-feira, coincide com importantes decisões a serem anunciadas, lembra Carvalho.
No início da semana, o Japão deverá divulgar seu pacote para salvar o setor financeiro. Na terça, o Fed -o banco central dos EUA- pode divulgar novidades na sua política de juros e, na quinta, haverá eleições presidenciais na Coréia.
Franco, que foi à entrega do prêmio Firjan/FGV de excelência empresarial ontem, no Rio, disse que, na crise de 82, toda a América Latina tinha uma imensa agenda a cumprir. "Na Ásia já havia um esforço em andamento, eles fizeram uma pequena pausa para crescer nesses 15 anos." "É o que vamos fazer agora", disse Franco. "Passada a fase aguda, nós é que vamos crescer."

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