São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
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Nomenclatura

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Com festa no Central Park, a Indy anunciou novo patrocinador e novas designações para o campeonato e para os carros.
A Cart resolveu abandonar de vez a disputa com Tony George, outro que deve anunciar logo patrocinador para a sua IRL, e abriu mão de qualquer referência à marca Indy.
Esta coluna seguirá a sua lógica e continuará chamando a Indy de Indy e a IRL de IRL, como o mundo inteiro faz.
De qualquer forma, o fato me fez recordar a história da criação do horroroso Fórmula Mundial, que o SBT adotou por aqui, nesta temporada.
Preocupados com os impasses jurídicos em torno da questão -Emerson promove a Cart, Willy Hermann promove a IRL e Jorge Cintra tem os direitos do nome Indy no Brasil-, os advogados da emissora aconselharam Sílvio Santos a manter distância da pendenga.
O chefão, então, convocou Emerson para encontrar uma solução. Sem saber muito o que dizer, o piloto-empresário teria se saído com essa: "Vamos inventar um nome. Algo com apelo popular. Tipo Fórmula Mundial, sei lá".
Santos, então, ruminou por dois segundos e decretou: "É isso. Será Fórmula Mundial". E como decreto é decreto, assim se fez, sem ninguém contestar.
É uma versão do que aconteceu, mas, creio, próxima da realidade. Neste país, as coisas se decidem dessa forma.
E não pense que em outras esferas é diferente. Exemplo, nesta semana, foi a votação da lei Pelé na Câmara, com os dois lados comemorando -um deles, inclusive, vivendo uma tacanha disputa interna pela autoria do feito (?).
Mudanças de nome, no entanto, não são suficientes para explicar a baixa audiência. O problema, em poucas palavras, foi qualidade, não resultados, que até ocorreram.
A temporada de 97 deixou claro, outra vez, que não é mais suficiente apenas ganhar.

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