São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997 |
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Questão de imagem; Reunindo argumentos; Cara do emprego; Balbúrdia eletrônica; De afogadilho; Para poucos; Banco concorrido; Na ponta do lápis - 1; Na ponta do lápis - 2; De leve; No vencimento; Ganho fiscal; Com a barriga; Câmbio irreal; Em tratamento; Bons olhos
DE AFOGADILHO Questão de imagemA Volkswagen fará uma pesquisa com a população de São Bernardo (SP) para medir a reação às suas propostas (redução da jornada e de salários) e a outras alternativas -como redução do 13º e do adicional de férias. Também realizará levantamento com os trabalhadores da fábrica de São Bernardo. Reunindo argumentos O objetivo da Volkswagen é garantir maior respaldo para suas propostas na negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em janeiro de 98. Cara do emprego Segundo dados do IBGE, a indústria absorve 19% da mão-de-obra no país; o comércio, 16,8%; a construção civil, 7,4%; e o setor de serviços, 56,8%. Balbúrdia eletrônica Haroldo Piccina, do Sindicomis (que representa os comissários de despachos), prevê um "pandemônio" nas importações em janeiro. É que vai passar a ser eletrônico (por computador) o DTA (autorização para transferência ou remoção de mercadorias). "Vai acontecer a mesma coisa do que aconteceu na implantação do Siscomex. Temos mandado ofícios pedindo prazo para o treinamento para os funcionários e nada", diz Piccina. Para poucos As exportações brasileiras são extremamente concentradas: 1) seis setores econômicos são responsáveis por 53% das exportações; 2) seis países compram 51% das exportações brasileiras: e 3) somente 167 empresas respondem por 59% das exportações. Banco concorrido Para Roberto Setubal, do Itaú, o leilão do Banespa será um dos mais concorridos. "A demanda tem crescido a cada leilão. No do Banerj, nós estávamos sozinhos." Na ponta do lápis - 1 Para a MB Associados, o Brasil fecha 98 com US$ 4,5 bilhões de déficit comercial e US$ 27 bilhões de déficit na conta de serviços. Na ponta do lápis - 2 A MB Associados estima ainda que o país vai receber US$ 15 bilhões em investimentos diretos -contando com a privatização- e outros US$ 2 bilhões de transferências unilaterais (dinheiro que os brasileiros morando no exterior mandam para seus parentes aqui). O impacto da alta dos juros nas contas públicas em 98 será muito menor do que se está pensando, diz Raul Velloso. "O custo dos juros será praticamente o mesmo registrado em 97." No vencimento É que, explica Velloso, 60% da dívida federal é representada por títulos prefixados, que ainda pagam juros de 1,6%. "Só na rolagem, e vence um pouco a cada mês ao longo de 98, os títulos vão passar a pagar taxas maiores." Ganho fiscal Projetando uma trajetória de queda gradual das taxas -só voltariam ao patamar de antes do "El Niño" financeiro em agosto-, Velloso calcula que, se o governo conseguir gerar um superávit primário de 2,5% do PIB, o déficit nominal (que contabiliza tudo) vai cair de 4,7%, em 97, para 2,8%. Com a barriga Em resumo: o próximo governo, que assume em 99, vai herdar uma dívida interna de prazo mais curto e que pagará juros maiores. Mas o futuro a Deus pertence. Câmbio irreal Para analistas, o câmbio da moeda coreana certamente não é o de equilíbrio. Mantida a atual taxa, estimam, nenhuma empresa, mesmo as mais conhecidas mundialmente, vai conseguir resistir. Todas devem em dólar. Em tratamento Para Amaury Bier, chefe da assessoria econômica do Planejamento, o ambiente internacional ainda está conturbado, mas "já corre algum antibiótico nas veias dos países asiáticos". Bons olhos Para Deiwes Rubira, novo diretor de tesouraria do ING Barings no Brasil, "quando a maré acalma, o Brasil já consegue se diferenciar entre os emergentes. As reformas, que eram vistas como coisa para 99 e olhe lá, saíram do papel". E-mail:±painelsa@uol.com.br Texto Anterior: Pacote ameaça empregos Próximo Texto: Ajuste fiscal? Índice |
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