São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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O jogo da vida

JUCA KFOURI

Edmundo faz hoje o jogo de sua vida. Aos 26 anos, ele terá sua derradeira chance de provar que pode jogar a Copa-98.
Se resistir à tensão da decisão e às provocações que certamente receberá nesta primeira final, jogará também a segunda e provará para Zagallo que está pronto para quaisquer responsabilidades.
Se não, adieu France!
Porque se de fato ele for jogar na Fiorentina, por mais que venha a fazer no futebol italiano, nada indica que participará de partidas decisivas, posto que a equipe florentina não costuma disputar o título.
Portanto, é hoje ou nunca mais, e tomara que ele se limite a jogar seu grande futebol.
*
Há quem veja no duelo entre Palmeiras e Vasco também a chance da vida de Scolari.
Seria sua oportunidade de provar que é técnico para qualquer clube e não apenas um fenômeno gaúcho. Respeitosamente, discordo de semelhante barbaridade bairrista.
Scolari já disputou, e com brilho, até uma final mundial em Tóquio -perdida no detalhe da decisão por pênaltis, e depois de suportar o Ajax com 11 contra 10 do Grêmio, fruto da injusta expulsão de Rivarola no primeiro tempo.
Ele não precisa provar mais nada para ninguém. Ganhe ou perca o título brasileiro deste ano será apenas mais uma vitória ou mais uma, sempre indesejada, derrota.
*
Nada como um dia após o outro, diz o ditado.
Depois de deixar Pelé mais uma vez fora do sorteio de uma Copa do Mundo, a Fifa convida Pelé para inaugurar o Hall da Fama do Futebol, na Disney de Paris, nos primeiros dias de janeiro.
O Rei foi o indicado por uma pesquisa feita pela Fifa entre jornalistas do mundo inteiro e está pensando se aceitará ou não o convite.
Ou aceitará, para dar um tapa de luvas em seu desafeto que preside a entidade, ou não aceitará, para não pôr azeitona na empada da Fifa.
Afinal, o que será uma inauguração de um Hall da Fama do Futebol sem o melhor de todos os tempos?
Não é só a mentira que tem pernas curtas. A burrice também, novo ditado devia dizer.
*
Que o torcedor hoje seja tratado como gente no Morumbi e não como no jogo São Paulo e River Plate.

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