São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Setor tem melhor resultado da década

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre janeiro e novembro deste ano foram comercializados 10.977 imóveis. O número representa um crescimento de 26% nos negócios fechados em relação ao mesmo período de 96.
O levantamento foi feito pelo Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias), que acompanha o desempenho do mercado imobiliário em São Paulo. Segundo Ricardo Yazbek, presidente da entidade, esse foi o melhor resultado obtido nos últimos dez anos.
Nesse mesmo período, 97 também foi o ano com o maior número de lançamentos. Até o fim de dezembro serão 34 mil unidades no total.
As cooperativas habitacionais representam boa parcela desse mercado. Do total de lançamentos, elas ofereceram 10 mil unidades.
Esse quadro positivo, no entanto, não reflete a expectativa do setor para os próximos meses. Apesar de estar fechando o ano com um bom número de produtos comercializados, a perspectiva é que o primeiro trimestre de 98 não seja muito favorável.
Se os próximos meses reproduzirem o quadro apresentado em novembro, as vendas devem continuar caindo em dezembro e se manter instáveis no início do ano.
A alta dos juros e o plano econômico do governo, segundo Yazbek, inibiram os compradores -principalmente aqueles de imóveis residenciais- e fizeram com que a velocidade de vendas no mês caísse 40% em relação a outubro.
Pesquisa mensal da entidade mostra que em novembro a velocidade de vendas foi de 5,8%.
A expectativa do setor é que a partir do segundo semestre a situação se estabilize. "O mercado imobiliário não deverá apresentar crescimento nesse período, um reflexo da instabilidade da economia do país", afirma.
Para Yazbek, se em 98 for alcançado o mesmo desempenho de 97, já será satisfatório.
O setor aguarda a flexibilização das normas do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e aposta no SFI (Sistema Financeiro da Habitação) -desde que as taxas de juros caiam.
A expectativa do Sinduscon-SP (sindicato da construção civil) também é de estabilidade. Segundo Sergio Porto, 47, presidente, a recessão não deve se agravar, mas o crescimento do setor, que neste ano foi de 6,9%, só chegará a 2% no próximo ano, caso as taxas de juros baixem.
Vendas
À parte o caso Encol -que também proporcionou uma certa instabilidade no mercado de imóveis prontos no segundo semestre deste ano-, o financiamento direto com a incorporadora representou 84,3% das unidades comercializadas na cidade de São Paulo, segundo o Secovi.
O segmento já havia sido responsável por 74,6% das vendas registradas em 96. Os financiamentos do SFH foram utilizados em 13,4% dos casos.

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