São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Limite de acesso à área divide moradores

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O medo de frequentar a praça Barão Pinto Lima, após as 17 horas, fez duas adolescentes iniciarem uma campanha para conseguir mais segurança no bairro.
Lygia de Andrade Machado Botelho, 12, e Brenda Abrunhosa César, 12, elaboraram algumas perguntas e saíram batendo de porta em porta. "A idéia era descobrir quantos moradores eram a favor de fechar o bairro, porque nós achamos que isso seria mais seguro para todos."
Segundo as estudantes, a enquete não superou 20 das 480 casas do bairro, mas deu sinais de que boa parte dos moradores era a favor de limitar a circulação de pessoas estranhas no local.
A apuração realizada pelas estudantes deu início a uma nova proposta de questionário. A SAB (Sociedade Amigos do Boaçava) resolveu fazer um levantamento com todos os associados para definir a posição dos moradores. O resultado mostrou que as pessoas estão divididas. Segundo Lúcia Bergamin, 56, secretária da SAB, as pessoas que moram há menos tempo no bairro são a favor do fechamento. Os antigos não.
"Eu sou absolutamente contra o fechamento. Quando comprei a casa queria liberdade. E não quero perder isso", diz Lúcia.
Lygia e Brenda engrossam o time adversário. Para elas, se houvesse mais controle da frequência de pessoas no bairro seria melhor, inclusive para frequentar a praça.
Antonio Limongi França, 42, presidente da SAB, diz que uma idéia é dividir o bairro em "bolsões" -forma de limitar as entradas e saídas.
Isso seria feito da seguinte forma: do total de ruas que dão acesso ao bairro, uma parte seria fechada -com blocos de concreto, chamados "picolés"-, impedindo o trânsito de veículos. As que ficariam abertas funcionariam como portões de entrada do bairro.
"Nós ainda estamos estudando a proposta junto aos moradores, mas ninguém será impedido de entrar no bairro", diz França.
Não existe lei que permite a transformação de um bairro em condomínio fechado, segundo a Administração Regional de Pinheiros. Já os bolsões representam um projeto viável. Segundo a SAR (Secretaria das Administrações Regionais), há uma lei que autoriza e regulamenta a criação deles.

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