São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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NOZ-PECÃ

Fazenda no RS mantém pomar com 40 mil árvores

ROBERTO DE OLIVEIRA
ENVIADO ESPECIAL A CACHOEIRA DO SUL

Popular nos EUA, a noz-pecã ainda é desconhecida por uma boa parcela de brasileiros, apesar de estar presente em pratos doces e salgados que compõem, principalmente, a ceia de Natal.
A fazenda Linck Agroindustrial, em Cachoeira do Sul (RS), comprova os bons resultados obtidos com a noz-pecã.
Dona do maior pomar da América do Sul, deve fechar este ano com recorde de vendas: 150 t.
São 863 ha, sendo 700 ha ocupados pela noz-pecã, com cerca de 40 mil árvores (leia texto abaixo).
Cada árvore demora pelo menos três anos para começar a render. Produz, em média, 20 kg por safra. Há plantas, porém, que chegam a 150 kg, diz o biólogo Edson Roberto Neto Ortiz, coordenador da Linck Agroindustrial.
O amadurecimento provoca o rompimento da primeira casca da noz quando ela é colhida. Depois disso, é lavada e secada antes de beneficiada, quando é retirada a outra casca que envolve a fruta.
Aquelas que não são destinadas ao consumo, ficam armazenadas em câmaras frigoríficas para serem processadas antes da venda.
Tradição
O uso de nozes foi muito intenso em celebrações nas civilizações antigas, segundo Laurent Suaudeau, presidente da Abaga (Associação Brasileira da Alta Gastronomia).
No Brasil, a noz possui ainda uma conotação de festa tradicional, como a de Natal, mas existe uma tendência de misturar doces e salgados em pratos que começa a mudar essa imagem. "É uma questão de requinte e aprimoramento dos pratos", afirma.
Na opinião da quituteira Glica Mandeltraub, a noz-pecã é mais macia e saborosa que as outras.
Luiz Alberto Franco, especialista em desenvolvimento de produtos da Kibon, concorda. "Ela não deixa sabor residual." A empresa usa noz-pecã na massa e sobre o sorvete Kibonbon Cone.
Outra que está usando noz-pecã é a Knorr, que lançou em outubro último o macarrão ao pesto (semipreparado).
"Lançamos o produto pela fidelidade à receita italiana, que utiliza o pinhãozinho no lugar da noz-pecã", diz José Vicente Marino, gerente de produtos da Knorr. "Não temos pinhãozinho no Brasil e optamos pela noz-pecã."

Leia mais sobre noz na pág. 5-4

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