São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997 |
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Brasil pode ter café negociado na Bolsa de NY no próximo ano Inclusão em contrato pode ser boa para a imagem do produto FÁBIO EDUARDO MURAKAWA
O comitê de café da Bolsa de Nova York aprovou na semana passada a inclusão do café lavado brasileiro no contrato C, que negocia cafés de qualidade considerada superior. Esses cafés, em geral, são procedentes da Colômbia, do Equador, da América Central e de alguns países africanos. Eles são, atualmente, os mais procurados pelos torrefadores da Europa e dos EUA, de acordo com o corretor Aristides Bonna Tabosa, da Termo Corretora, de Santos. "Após a colheita, passam por um processo químico que lhes garante diferentes características de sabor, de corpo e de acidez." No Brasil, a maior parte da produção é de cafés cuja secagem é feita em terreiro e que são descascados em máquinas. O país tem, no entanto, cerca de 5% de sua produção voltada para os cafés lavados, segundo o presidente da Abecafé (Associação Brasileira dos Exportadores de Café), Jorge Esteve Jorge. Apesar disso, os cafés lavados brasileiros não podem ser certificados pela Bolsa novaiorquina. A inclusão definitiva ainda depende da aprovação do conselho da Bolsa de Nova York. Terá também que ser ratificada por autoridades públicas dos EUA. A inclusão no contrato da Bolsa de Nova York pode ser positiva para a imagem do café brasileiro perante os importadores. "A Bolsa estará reconhecendo que o café brasileiro tem qualidade para ser certificado", diz o secretário-geral da Febec (Federação Brasileira dos Exportadores de Café), Francisco Ourique. A certificação representa também, segundo ele, a abertura de um novo nicho de mercado para os produtores e para os exportadores brasileiros. "Há uma demanda internacional pelos cafés lavados, um mercado no qual o país vai entrar com maior força", afirma. "Será mais uma grande origem produtora entrando no mercado. As preocupações com a oferta de café irão diminuir." Exportações O Brasil deve encerrar este ano com um incremento de 61% na receita obtida com as exportações de café em grão verde em comparação ao desempenho obtido em 96. Segundo a Febec, o valor recebido com as vendas externas deve chegar, em 97, a US$ 2,73 bilhões. No ano passado, a receita total foi de US$ 1,692 bilhão. O país exportou até novembro 13,26 milhões de sacas, contra 11,237 milhões no mesmo período de 96. As vendas renderam US$ 2,513 milhões, 68% a mais do que nos 11 primeiros meses de 96, quando o total era de US$ 1,496 milhão. Para este mês, a projeção da entidade é de uma exportação de 1 milhão de sacas, com uma receita de US$ 217,47 milhões. (FEM) Texto Anterior: Os alimentos ecológicos e o mercado Próximo Texto: Melhora a relação de troca para o milho e a soja com o adubo Índice |
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