São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Exigências levam lavrador a desistir de crédito de R$ 713

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LAGOA DE ITAENGA

Há dois anos, o trabalhador rural Arlindo José da Silva, 54, tenta obter dinheiro do Pronaf para plantar inhame e mandioca em dois hectares de terra.
Silva, que mora com a mulher e três filhos em seu sítio em Lagoa de Itaenga (PE), ainda não viu o dinheiro do governo, apesar de ter reduzido sua proposta inicial de R$ 7.000, feita em 1996, para R$ 713 neste ano.
"No ano passado, eu queria comprar sementes, varas e adubo e contratar cinco pessoas para ajudar a plantar um hectare de macaxeira (mandioca) e um de inhame, mas o banco não liberou nem explicou por quê."
Por achar que poderia ter pedido muito, em 1997 Silva solicitou apenas R$ 713 para o plantio de um hectare de mandioca.
Quando voltou ao banco, Silva ficou indignado com o resultado: "Eles queriam a escritura da minha terra como garantia, não a produção. Se não vendo o sítio por R$ 30 mil, como é que vou penhorar por R$ 700?"
Ele desistiu do financiamento e plantou por conta própria, com a ajuda dos filhos, pouco mais de meio hectare de inhame no sítio: "O banco quis montar no gogó, mas comigo não".

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