São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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SP e EUA assinam acordo para preservação da mata atlântica

Convênio assinado em Washington tem duração de 5 anos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governo do Estado de São Paulo, a organização não-governamental Ipe e a Universidade de Columbia assinaram ontem em Washington convênio de cooperação técnica para identificar e ajudar a conservar a biodiversidade da floresta costeira da Mata Atlântica.
O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Fábio Feldmann, esteve presente à cerimônia, vindo de Kyoto (Japão), onde participara da conferência mundial sobre o clima.
"Esse acordo vai servir para catalisar o conhecimento já adquirido dentro do Estado de São Paulo e vai ajudar a redobrar os esforços para desenvolver planos de longo prazo para as nossas preciosas espécies ameaçadas", disse ele.
Área devastada
Feldmann também realçou o fato de que quase toda a atenção pública sobre os problemas florestais no Brasil se concentra na Amazônia apesar de a mata atlântica estar sob ameaças mais imediatas de destruição. Da área original da mata atlântica, só 4% sobrevivem.
Don Melnick, diretor do Centro para Pesquisa e Conservação Ambientais da Universidade de Columbia, afirmou que "de todos os ambientes no Brasil, a mata atlântica é, de longe, o mais ameaçado e nela vivem alguns dos animais e plantas mais raros do país".
O convênio tem duração de cinco anos e vai se concentrar em educação pública nos EUA e no Brasil, intercâmbio de professores e estudantes, desenvolvimento de pesquisa ambiental e troca de experiências em conservacionismo e gerenciamento de espécies existentes e sob risco de extinção.
O presidente da Fundação Florestal, Marcos Egydio Martins, um dos signatários do acordo, disse que a participação da Ipe (Instituto de Pesquisas Ecológicas), uma entidade não-governamental, nesse projeto, constitui o marco de uma nova fase do movimento ambientalista brasileiro, na qual as entidades de defesa da ecologia procuram ajudar na construção de programas de desenvolvimento sustentável em vez de só protestarem. Susana Pádua, presidente da Ipe, e Cláudio Pádua, diretor de pesquisa da entidade, também assinaram o convênio ontem.
A cerimônia, realizada na Embaixada do Brasil em Washington, foi presidida pelo embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima. Entre os presentes, Mary Pearl, diretora-executiva da Wildlife Preservation Trust International, e Alexander Watson, ex-secretário-assistente de Estado para a América Latina e atual diretor da organização não-governamental Nature Conservancy.

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