São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Professora é assaltada, reúne provas, mas caso fica na 'gaveta'

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A professora de inglês P.T.Q., 20, assaltada em julho, afirma que conseguiu reunir provas que podem ajudar a prender o homem que a roubou, mas o caso continua parado no 7º DP (Distrito Policial), onde foi registrado.
No dia 3 de julho, por volta das 10h, P. foi abordada por um homem armado após deixar sua irmã no dentista, na Lapa (zona noroeste). Armado, o assaltante -descrito como branco, alto e com cerca de 25 anos, semelhante à descrição de um dos "ladrões da batida"- entrou no carro com P. e foi até Pirituba (zona noroeste).
Lá, ele a forçou a retirar cerca de R$ 200 de um caixa eletrônico do Itaú e mais cerca de R$ 90 de uma agência do Banespa. Nessa agência, ele entrou armado, ficou na fila com P. e retirou o dinheiro. "Ninguém percebeu que ele estava me roubando. Ele passou com a arma na porta do banco, e ela não travou. Dizia que, se eu fizesse alguma coisa, ele atiraria em todo mundo", afirma P.
Com o dinheiro, o assaltante fez P. levá-lo até a rodovia Anhanguera e foi embora a pé. De lá, a professora foi à polícia e depois aos dois bancos -para sustar dois talões de cheques roubados.
P. afirma que, algum tempo depois, conseguiu descobrir em que banco foram depositados 20 de seus cheques. Também levou o número da conta e o nome do correntista. "Fui à delegacia de novo e entreguei tudo, mas, até agora, eles não me ligaram. Acho que não fizeram nada."
Delegado
O delegado de plantão José Antonio Gonzalez, que registrou o boletim de ocorrência, nega que tenha recebido o número da conta e o nome do correntista.
Segundo ele, após o registro do BO no dia 3 de julho, P. voltou à delegacia em agosto, mas apenas para registrar o roubo do segundo talão de cheques.
Sem solução
Mas Gonzalez admite que ainda não tem suspeitos do caso. A razão disso é, afirma ele, que há poucos indícios para ajudar na investigação. "Não temos ponto de partida." Ele diz que P. deveria ter comparecido ao Depatri para tentar reconhecer possíveis suspeitos. "Mas ela não foi."
Todos os casos em que o suspeito é desconhecido da vítima são encaminhados para o Depatri, mas a delegacia também investiga, afirma o delegado titular do 7º DP, Bento da Cunha.
O delegado afirma que, desde novembro deste ano, cinco casos de sequestro relâmpago de vítimas em automóveis (alguns com roubo de caixas eletrônicos) foram registrados no 7º DP.
Nenhum desses casos, segundo Cunha, foi solucionado. "Temos apenas seis investigadores, e as pistas nesse tipo de crime são muito poucas."

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