São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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'Eu não retiraria', diz ginecologista

DA ENVIADA A SAPUCAIA

A ginecologista Ana Lúcia dos Santos, em cujas informações o juiz Cardoso afirma ter se baseado para autorizar a interrupção da gravidez de M., disse ontem à Folha que é contra o aborto.
"Com quatro meses, o bebê já está bem formadinho. O aborto é contra os meus princípios. Eu não retiraria a criança. É um caso muito triste", disse.
Ela disse ter informado ao juiz que a realização do aborto não acarretaria um risco específico para a garota, mas que existe sempre o risco presente em qualquer intervenção cirúrgica. "Não há cirurgia sem risco", afirmou a ginecologista.
Sem entrar em detalhes sobre sua avaliação do caso, a ginecologista disse que atendeu a garota somente uma vez e realizou um exame para avaliação da gravidez.
Ana Lúcia dos Santos disse que, para fundamentar as informações que daria ao juiz, consultou vários livros.
"A decisão é da família, e a autorização é do juiz. Eu apenas fui solicitada para dar uma avaliação profissional", afirmou.
Enjôo
Quando começou a sentir enjôos, M. disse aos pais que tinha se contaminado com o agrotóxico utilizado nas plantações.
Ela foi atendida no hospital de Sapucaia e tomou antibióticos, antiácidos e remédios para combater vermes.
Como os enjôos não passavam, sua mãe procurou o clínico Francisco Orichio, amigo da família, e ele diagnosticou a gravidez da menina.

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