São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Levantando o tapete

TADAYUKI YOSHIMURA

A recente afirmação feita pelo secretário das Administrações Regionais de São Paulo, Alfredo Mário Savelli, alertou a população paulistana para a sua parcela de responsabilidade na manutenção do espaço público.
Apesar de serem os maiores prejudicados pelos efeitos dessa sujeira, como enchentes e doenças, os moradores procuram esconder a verdade "embaixo do tapete".
Sem a efetiva colaboração dos munícipes, fica muito difícil para a prefeitura manter a cidade limpa.
Um dos exemplos mais gritantes da falta de respeito são os habitantes que varrem a sujeira para as calçadas, esperando que os funcionários da limpeza urbana façam o trabalho que é de responsabilidade do proprietário.
Algumas ruas no centro da cidade chegam a ser varridas mais de dez vezes num único dia, graças ao constante acúmulo de lixo.
No período de chuvas, os resíduos abandonados nas vias públicas entopem bueiros, aumentando o risco de enchentes.
Em consequência disso, várias famílias perdem tudo o que possuem e o trânsito, normalmente difícil, fica ainda mais caótico. Também há o risco de proliferação de doenças e de contaminação do meio ambiente.
Apesar de a instalação de cestas de lixo na cidade ser insuficiente, a população precisa utilizar o material já instalado, sem depredá-lo, como geralmente acontece.
Dessa maneira, haveria diminuição significativa nos gastos. O mesmo aconteceria com a varrição, já que grande parte do material retirado das ruas passaria a ser centralizado nesses locais.
Outro ponto fundamental para manter a cidade limpa é colocar os sacos de lixo duas horas antes do horário revisto para a coleta.
Assim, animais soltos teriam menos chances de danificar os plásticos e esparramar os resíduos pelo chão.
Evitar acondicionar peso excessivo, objetos cortantes e perfurantes sem nenhum aviso ajuda a diminuir acidentes com garis, que ficam até 20 dias afastados do trabalho, dependendo da gravidade.
Deve-se, ainda, impedir a distribuição de panfletos e a colagem de cartazes nos postes e muros do município e a ação de catadores à procura de materiais reaproveitáveis, pois eles deixam espalhados os resíduos que não interessam.
Esse tipo de atitude não pode mais ser jogada embaixo do tapete. Unidos, prefeitura, empresas e cidadão só têm a lucrar com a otimização dos gastos públicos e com a melhoria da imagem da cidade.

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