São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Juro de janeiro será menor, diz Malan

DENISE CHRISPIM MARIN
ENVIADA ESPECIAL A MONTEVIDÉU

O ministro Pedro Malan (Fazenda) declarou ontem que o governo vai reduzir os juros para janeiro na reunião de amanhã do Copom (Comitê de Política Monetária). Mas não quis dizer qual será a diminuição da taxa básica.
"Haverá reunião no dia 17 e vai haver uma redução. A magnitude dessa redução será decidida, como sempre, após a reunião do Copom, e não antes dela", afirmou Malan, que participava em Montevidéu da Reunião de Cúpula do Mercosul.
Segundo o presidente Fernando Henrique Cardoso, a decisão de baixar as taxas não foi tomada por influência dos demais chefes de Estado e ministros da área econômica do Mercosul, que contam com uma parcela significativa de suas exportações dependentes do mercado brasileiro.
"Nenhum país está pedindo nada", declarou. "Eu sou o primeiro a pressionar, eu sou o primeiro a querer baixar. Mas não adianta nada baixar as taxas de juros e haver uma corrida outra vez negativa contra nossa economia. Aí, não resolve. Atrapalha."
No dia 30 de outubro, o governo decidiu dobrar os juros, como medida para evitar a fuga de investimentos no país. Atualmente, a TBC (Taxa Básica do Banco Central) praticada é de 2,9% ao mês.
Para Malan, taxas de juros dessa magnitude não são sustentáveis ao longo do tempo. "Por isso dizemos que vão declinar. Só que a trajetória desse declínio depende de série de fatores domésticos e externos", completou.
Segundo o ministro Antonio Kandir (Planejamento), a queda dos juros não traz mais o risco de um ataque especulativo contra o real devido ao pacote que prevê ganho fiscal de R$ 20 bilhões.
Malan reconheceu que o primeiro trimestre de 98 será um "período mais duro" se comparado a igual período de 97. Mas disse ter confiança de que "vamos chegar com a economia com franca recuperação do crescimento no quarto e no terceiro trimestres".

LEIA MAIS sobre juros na pág. 2-6

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