São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Para fundos, receita do governo crescerá mais do que a previsão

R$ 1,5 bi com novas regras do IR pode estar subestimado

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na avaliação de administradores de recursos, está subestimada a projeção do governo de arrecadar R$ 1,5 bilhão com a cobrança do Imposto de Renda sobre o estoque de fundos de renda fixa no início de 98.
As estimativas do mercado indicam uma arrecadação mínima de R$ 2 bilhões. Para Fábio Oliveira, diretor do BankBoston, a arrecadação deve ficar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,5 bilhões.
Além disso, causou surpresa entre os profissionais do setor a notícia de que novamente na metade de 98 o governo cobrará o imposto sobre o estoque dos fundos.
Inicialmente, o governo havia anunciado que isso seria feito apenas no início de 98.
Renda variável
Os administradores de recursos criticaram a decisão do governo de caracterizar os fundos de renda variável como aqueles que aplicam no mínimo 67% em ações no mercado à vista para efeito de cobrança do Imposto de Renda.
"Os administradores tendem a enquadrar os fundos de renda variável nesse limite para que não seja cobrado o imposto de 20%. Isso limitará a liberdade de escolha do investidor", diz Fábio Oliveira.
A definição da medida provisória publicada ontem difere da fixada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regula os fundos de renda variável.
Para a CVM, o limite mínimo é de 51% e também pode ser preenchido com opções e contratos futuros de ações.
Para Marcelo Giufrida, vice-presidente do CCF Brasil, fundos tipicamente de renda variável acabarão pagando imposto como renda fixa, o que deve gerar uma arrecadação adicional.

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