São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Suicidal Tendencies mostra que está 'vivo'

PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Três anos após sua primeira apresentação no Brasil, o quinteto californiano Suicidal Tendencies retorna ao país para mostrar que ainda "ainda está vivo".
Em dezembro de 1994, quatro meses após tocar no festival Phillips Monsters of Rock, em São Paulo, o quinteto de heavy metal fez o seu "último show", dissolvendo-se em seguida.
"O Suicidal sempre foi, para nós, mais do que uma banda: era o nosso jeito de viver. Eu não acredito que, como estávamos, nós poderíamos gravar um álbum do qual nos orgulharíamos. Nós fizemos mudanças, e estamos prontos para gravar um disco que as pessoas ouvirão daqui a 30 anos e dirão 'Nossa, esse disco é ótimo!'. Isso não poderia ser feito com a antiga banda", disse Mike Muir, vocalista e líder do grupo, à Folha, em entrevista concedida por telefone, de Venice, EUA, onde mora.
Entre as mudanças no Suicidal estão a inclusão de três novos membros: o guitarrista Dean Pleasants, o baterista Brooks Wackerman e o baixista Josh Paul, que, juntos com o guitarrista Mike Clark, completam a nova formação do grupo.
Pleasants e Wackerman já tocavam com Muir em seu projeto paralelo, a banda de "funk-punk- heavy-metal" Infectious Grooves.
Robert Trujilo, considerado um dos grandes baixistas de rock pesado da atualidade, era o único membro do Suicidal que acompanhava Muir nos Infectious, mas saiu das duas bandas durante esse período de transição.
Letras pesadas
Uma marca nas canções do Suicidal é que elas possuem letras longas, intimistas e, em sua grande maioria, extremamente tristes.
"Eu acho que a coisa mais triste no mundo é quando uma pessoa está infeliz e coloca um sorriso no rosto, com medo de que alguém perceba que algo está errado. Meu pai sempre me disse: 'Se há um problema, você lida com ele, porque, se você não o fizer, ele vai piorar'. Honestidade é muito importante. Há um ponto em que você tem de dizer: 'Sabe de uma coisa? Eu não estou feliz, tenho de fazer algo sobre isso. E beber não vai ajudar!"', afirmou Muir.
Esse é o espírito das músicas do Suicidal, como "How Will I Laugh Tomorrow?" ("Como Rirei Amanhã?") e "Nobody Hears" ("Ninguém Ouve"), que não devem faltar no show de hoje.
Muir conta que planeja gravar um novo álbum, apenas com músicas inéditas. Neste ano, a gravadora da banda lançou "Prime Cuts", uma coletânea com 15 faixas, sendo que apenas duas delas eram inéditas.
"É um disco da gravadora, não temos nada a ver com ele. Nós não estamos em turnê para divulgá-lo, mas para mostrar o que faremos no futuro", diz Muir.

Show: Suicidal Tendencies
Abertura: Ratos do Porão
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Palace (av. dos Jamaris, 213, Moema, tel. 531-4900)
Quanto: R$ 25 (pista) e R$ 35 (camarote)

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