São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Rabino e xeque fazem encontro histórico

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O grão-rabino Israel Meir Lau se encontrou pela primeira vez ontem com a maior autoridade muçulmana sunita, o xeque Mohammad Saied Tantaui, da mesquita de Al Azhar, no Cairo. Antes da reunião no escritório de Tantaui, Lau conversou com o presidente do Egito, Hosni Mubarak.
Israel e Egito mantêm relações diplomáticas desde os acordos de Camp David, em 1978, que selaram a paz entre os dois países. Este é, porém, a primeira vez que seus maiores líderes religiosos se encontram.
A visita de Lau, grão-rabino de origem ashkenazi (praticada por judeus da Europa Oriental), ao Egito foi feita a convite de Mubarak. No encontro com o presidente egípcio, Lau disse que religiosos judeus e muçulmanos devem unir seus esforços no combate ao terrorismo. "A religião pode ser utilizada como uma ponte para a paz, mas também pode ser uma arma contra a humanidade", afirmou.
A Rádio Israel noticiou em outubro que o outro grão-rabino de Israel, Eliahu Bakshi-Doron (representante dos sefarditas, judeus de origem árabe e ibérica) se prepara para participar de um encontro conjunto com o xeque Tantaui e o papa João Paulo 2º. O Vaticano não confirma a informação.
Decisão adiada
O jornal israelense "Yediot Ahronot", citando fontes norte-americanas, afirmou ontem que os Estados Unidos deverão estender em um mês o prazo dado a Israel para que apresente sua proposta de retirada da Cisjordânia.
A secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, esperava obter um compromisso de Netanyahu no encontro entre os dois, marcado para quinta-feira. Entretanto, os americanos, segundo o diário, vão esperar uma vitória de Netanyahu na votação no Parlamento da proposta de Orçamento para 1998 antes de exigir uma definição.
O gabinete do primeiro-ministro discute a entrega de 6% a 10% dos territórios da Cisjordânia à Autoridade Palestina. Os EUA pressionam para uma desocupação de cerca de 15%. Os palestinos acham pouco e pleiteiam 30%.
Farrakhan
O líder negro muçulmano americano Louis Farrakhan cancelou ontem uma visita a Jerusalém. A decisão foi tomada depois de ameaças de grupos judeus de extrema direita, que prometeram atacá-lo caso entrasse na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha, para rezar na mesquita de Al Aqsa.
"Queria visitar este lugar, que é sagrado para todos os muçulmanos. Mas não quis criar um incidente internacional", afirmou Farrakhan, ao chegar a Amã (Jordânia), após visita a autoridades palestinas na Cisjordânia.

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