São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 1997
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CNI prevê que setor crescerá menos de 1%

Primeiro trimestre deverá ser pior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) estima que o crescimento da indústria será inferior a 1% no ano que vem. O resultado seria o pior registrado desde 1992, quando o setor teve um crescimento negativo de 3,7%.
Em 1997, a indústria deverá crescer 4,2% no país. A queda da atividade em 98 deve se dar, segundo a CNI, por causa da redução do consumo e dos investimentos. O pior período do ano, ainda de acordo com a CNI, será o primeiro trimestre, quando o comércio e a indústria estarão sofrendo as consequências do arrocho fiscal aliado às altas taxas de juros.
A partir do segundo semestre, a perspectiva é que comece a haver um aquecimento da economia com a queda dos juros, a colheita da safra agrícola e o aumento das exportações.
Em 1998, segundo os cálculos da CNI, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá entre 1% e 2%. Em suas previsões, a confederação partiu do princípio de que a taxa nominal de juros será de 27% em 1998. Hoje, essa taxa anualizada está em 40,92%.
O presidente da CNI, senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), afirmou que a grande preocupação da indústria hoje é com a velocidade da queda da taxa de juros.
Para Bezerra, a redução dos juros que será anunciada hoje pela equipe econômica deverá ser "simbólica" e ainda insuficiente para reverter o cenário de aperto econômico.
O senador afirmou que a perspectiva da indústria é que, com o aperto fiscal, o ajuste cambial (desvalorização gradual) possa ser acelerado, sem que seja alterado o sistema das bandas.
O primeiro semestre do ano que vem, segundo o presidente da CNI, seria ideal para essas mudanças porque o crescimento no período será "baixíssimo".

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