São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Planet Hemp tem execução de músicas e show proibidos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

e da Sucursal de Brasília
A banda carioca de rock Planet Hemp enfrentou ontem, novamente, problemas relacionados ao tema de suas músicas. Em Recife, o juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Bartolomeu Bueno de Morais, proibiu que menores de 18 anos assistam ao show do grupo.
Em Brasília, a Polícia Civil enviou cartas a rádios e boates afirmando que a execução de músicas do Planet Hemp está proibida em todo o Distrito Federal.
Na portaria que determina a proibição do show em Recife -previsto para amanhã no Circo Maluco Beleza- o juiz afirma que o grupo faz "apologia do uso da maconha, substância vejetal (sic) de uso proscrito, ilícito e proibido no Brasil".
Em entrevista à Agência Folha, ele disse que essa característica torna o show do grupo "prejudicial à formação do jovem". Para ele, a proibição "não é censura", mas sim "uma classificação baseada na faixa etária". Na sua opinião, uma vez que os integrantes do grupo "cometem um crime", podem "ser presos a qualquer momento". Os seis integrantes do Hemp chegam hoje a Recife.
O produtor do show, Jorge Aires, disse que vai entrar com um mandado de segurança para tentar suspender a proibição. "Mas, independente do resultado, o show acontecerá de qualquer jeito", afirmou ele.
Em Brasília, as cartas recebidas por rádios e boates foram mandadas pela Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes. A polícia se baseia em decisão do juiz da 1ª Vara de Entorpecentes de Brasília, Vilmar José Barreto, tomada no começo de novembro.
No mesmo despacho em que determinou a prisão da banda, o juiz proibiu a execução de músicas e a venda de discos do grupo, que em seu entender faz apologia ao uso de maconha.
"Recebemos a carta e paramos de tocar as músicas. Não queremos ser multados", diz Marisa Duarte, da rádio Transamérica. O baixista do Planet Hemp, Joel de Oliveira Júnior, o Formigão, diz que a banda vai procurar advogados e tentar garantir a execução de suas músicas. "Isso (a proibição) é triste."

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