São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Japão lança plano para aquecer economia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro do Japão, Ryutaro Hashimoto, anunciou ontem a redução de cerca de US$ 15 bilhões em impostos e a emissão de US$ 77 bilhões em bônus do governo.
As medidas integram o pacote econômico que pretende reaquecer a economia do país, atualmente em fase de estagnação.
O anúncio representa uma mudança na política econômica do governo. Até então, o premiê defendia a austeridade fiscal e relutava em injetar recursos públicos na economia.
A redução de impostos deve vigorar já no Orçamento de 1997, que prevalece até março de 1998.
A medida deve aumentar em dois pontos percentuais o PIB (Produto Interno Bruto) do país, de acordo com estimativa do ministério do Planejamento.
"À luz da atual situação econômica, eu senti que precisávamos fazer alguma coisa drástica", afirmou Hashimoto.
Segundo ele, "a perda de recursos no Orçamento será coberta com a emissão de obrigações do governo".
Autoridades do país devem se reunir no próximo dia 22 para confirmar as medidas, que foram propostas pelo Partido Liberal Democrático (PLD).
Hashimoto disse que tomou a decisão na terça-feira, em sua viagem à Malásia, onde participou da reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Representantes de países da Ásia discutiram, durante o encontro, a crise econômica da região.
"Isto é o que nosso país deve fazer. Impedir que uma recessão desencadeada pelo Japão se estenda ao mundo", disse o premiê.
Bolsa A repercussão das medidas foi imediata junto aos investidores. A Bolsa de Tóquio reagiu com alta de 3,5% depois do anúncio do plano econômico.
O índice Nikkei -que reúne as principais ações negociadas- ganhou 555,85 pontos e fechou a 16.541,06 pontos.
Durante o pregão, foram negociadas 600 milhões de ações, contra 419 milhões do dia anterior.
Parte dos empresários avaliou as medidas anunciadas pelo premiê japonês como insuficientes para reativar a economia do país.
Outro grupo recebeu o pacote como um sinal de que o governo decidiu finalmente enfrentar a recessão.
A moeda local, o iene, se recuperou ontem em relação ao dólar norte-americano.
Ao final das negociações ontem, o iene estava sendo vendido a 127,10, contra 129,95 do começo do dia e contra 130,78 em Nova York (EUA) no dia terça-feira.

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