São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Marta Suplicy agora é a favorita no PT

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A possível entrada da deputada federal Marta Suplicy (PT) na disputa pelo governo estadual ameaça levar ao palanque temas inusitados em campanhas majoritárias e sacode o PT.
Marta, conhecida defensora do direito ao aborto e do reconhecimento do direito civil da união de pessoas do mesmo sexo, só não será candidata se não quiser.
A rapidez com que conquistou adesões no partido desnorteou os adversários internos, que temem enfrentá-la e ficar com o carimbo de "burocratas".
"Eu não farei disputa com a Marta", afirmou Antonio Palocci, presidente estadual do partido, ex-prefeito de Ribeirão Preto e, até o lançamento de Marta, o nome mais cotado para concorrer ao governo paulista pelo PT.
Existem ainda dois obstáculos para a candidatura da deputada tornar-se real: ela não quer disputar uma prévia e o deputado estadual Renato Simões, da "esquerda" do PT, não abre mão da consulta aos militantes em prévia.
Além disso, amigos estão ponderando que Marta seria mais útil defendendo, na Câmara, posições que nunca tiveram antes tanta exposição de mídia. A Igreja Católica não simpatiza com a candidatura.
Luiz Inácio Lula da Silva incentivou a postulação da deputada, mas já se ouve entre seus amigos mais próximos a preocupação de que as posições "avançadas" de Marta reforcem a campanha "conservadora" contra o PT.
Nos outros partidos, o quadro só permanece indefinido no PSDB. O governador Mário Covas não convence ninguém da irreversibilidade da decisão de não concorrer, mas só se espera o sim depois de março. A prioridade de Paulo Maluf (PPB) é fechar a aliança com o PFL e, assim, tornar-se o dono do maior tempo de TV na campanha.

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