São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sob protestos, Rio tenta leiloar metrô

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Rio deve realizar, às 10h de hoje, o leilão da concessão para operar e manter o metrô fluminense por 20 anos.
A venda acontecerá na Bolsa de Valores, pelo preço mínimo de R$ 28,56 milhões, sob protesto do Sindicato dos Metroviários, que promove ato na praça 15 (centro) a partir de 9h30.
A entidade é contra a privatização por avaliar que a iniciativa causará demissões entre os 1.800 funcionários da companhia.
Com a privatização, a Companhia do Metrô continuará a ser do Estado, mas a operação e manutenção das duas linhas ficará a cargo de um operador privado, o que, segundo o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurélio Alencar, livrará o governo do pagamento de subsídios à empresa.
Sindicalistas admitem que a empresa só arrecada o equivalente a 55% de seus custos, mas lembram que, com a expansão da rede, em 98, o metrô sairá do vermelho.
Os sindicalistas entraram na Justiça pedindo a suspensão do leilão por medida liminar. Até as 19h de ontem, não havia resposta.
Também o Clube de Engenharia ajuizou ação exigindo acesso a dados da empresa. O presidente da entidade, Agostinho Guerreiro, acha que o preço mínimo fixado pelo governo do Estado (para pagamento ao longo de 20 anos) pode ser baixo.
"O preço do metrô no pré-edital era R$ 15 milhões", diz Guerreiro."O aumento do valor no edital de concessão já é resultado da pressão do clube."
O presidente da estatal, Álvaro Santos, diz que as entidades que combatem a concessão do metrô estão tendo uma atitude corporativa, por temer demissões de seus filiados. Ele tem repetido que o Clube de Engenharia tem sido "leviano" em suas iniciativas contra a privatização da concessão.
Em 98, o governo estadual inaugurará a expansão do metrô até Copacabana (zona sul) e Pavuna (zona norte), o que deverá elevar o movimento de 300 mil para 700 mil passageiros por dia. As obras custaram R$ 650 milhões.
A Câmara de Liquidação e Custódia da Bolsa de Valores do Rio confirmou que os seis consórcios inscritos preenchem as condições legais para participar do leilão. Eles tinham até as 18h de ontem para apresentação de garantias necessárias à participação.
Deverão participar do leilão os seguintes licitantes: Metrô Rio A (Emepa, da Argentina, e MPE), Metrô Rio B (RATP, da França, CGEA Transport, Construtora Andrade Gutierrez e Guanabara Diesel), Caiscais Participações (Bozano,Simonsen e empresas argentinas), Opportrans (empresas da Argentina), Firstbus Rio (da First Bus, do Reino Unido) e Stagecoach Holding PLC.

Texto Anterior: Viúva de Disney morre
Próximo Texto: Comandante aprova menor limite de saque
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.