São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Retração interna leva CSN a exportar mais

DA SUCURSAL DO RIO

A retração do mercado interno brasileiro provocada pela crise das Bolsas de Valores fez com que a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) aumentasse em mais de 50% a parcela da sua produção futura destinada ao mercado externo.
Segundo o presidente do conselho de administração da empresa, Benjamin Steinbruch, no primeiro trimestre do próximo ano ela deverá exportar cerca de 45% da sua produção.
Nos nove primeiros meses deste ano, a empresa vinha exportando 27% da sua produção, com tendência de queda. A CSN é uma das duas maiores siderúrgicas brasileiras
Durante a crise do começo dos anos 90, a empresa já chegou a exportar mais da metade de sua produção. Treiger disse que as vendas no mercado interno são sempre mais rentáveis para o setor siderúrgico.
Por conta da elevação dos juros e da retração do mercado, os responsáveis pela estratégia de mercado da CSN fizeram uma pausa no processo de redução da fatia exportada e correram para o mercado externo.
Aplicando R$ 1,7 bi
Isso, segundo ele, vai ter como principal reflexo a redução da receita operacional da CSN.
Treiger disse que a CSN pretende compensar essa perda, pelo menos em parte, com a receita financeira da aplicação da disponibilidade de caixa de R$ 1,7 bilhão que, segundo ele, a empresa possui.
Essa compensação seria a face positiva para a CSN da alta dos juros determinada pela crise bas Bolsas em outubro.
Após ser homenageado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro com o título de "Personalidade do Ano", Steinbruch disse que sua expectativa é de que os problemas gerados pela crise das Bolsas sejam passageiros. Segundo ele, não chegará a haver recessão no Brasil em 98.
Ganho de escala
Steinbruch, que preside os conselhos de administração da CSN, da Vale do Rio Doce e da Light, disse que a estratégia do grupo nas áreas de papel e celulose, alumínio e de siderurgia será buscar maior ganho de escala (maior produção) para aumentar a competitividade internacional.
Na área de papel e celulose, a primeira iniciativa será a busca de integrar em uma só empresa as três -Bahia Sul, Cenibra e Celmar- nas quais a Vale tem participação acionária.
A primeira iniciativa para atingir esse objetivo foi uma reestruturação no capital da Bahia Sul, aumentando a participação da Vale do Rio Doce de 45% para 50%. O outro sócio é a Companhia Suzano de Papel e Celulose.
Steinbruch disse que agora vai negociar com os sócios da Vale do Rio Doce nas outras duas empresas para viabilizar a formação de uma só. Depois, a empresa partiria para a busca de parceiros externos ao grupo.
Nas áreas de alumínio e de siderurgia, o grupo Vale-CSN quer participar da reestruturação que Steinbruch considera necessária, mas ele não antecipou como isso será feito.

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