São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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348 traz verdadeiro churrasco argentino

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Demorou, mas agora está chegando para ficar. A parrilla, o churrasco à moda dos vizinhos Argentina e Uruguai, começa a ter vários representantes, como o 348, no Itaim.
Não era sem tempo. A carne argentina já havia se instalado nos açougues e restaurantes brasileiros. Muitas churrascarias se orgulham de servir a excelente carne vizinha. O que era raro, porém, era comê-la como eles fazem lá -com cortes, preparo e serviço diferentes.
Agora, ao lado de casas como o Martín Fierro ou o Parrilha Argentina, entre outras, o 348 é uma boa vitrine da carne de além-fronteira.
Para começar, o 348 tem um ambiente bastante simples, com seu salão em forma de varanda aberta para a rua: não chega a ter a rusticidade estudada dos seus semelhantes argentinos, mas faz jus à tradição do churrasco, que está mais para o vaqueiro (gaúcho) do que para o latifundiário.
Seus responsáveis são portenhos, Mara e Eduardo Santalla, que aqui se lançaram pela primeira vez na aventura de terem um restaurante. Seu objetivo é repetir o jeito argentino de churrasquear. O que inclui o aproveitamento de muitas partes do boi que o gosto brasileiro costuma desprezar.
A parrilla, que designa tanto a grelha de canaletas (e brasa de lenha ou carvão) quanto o próprio churrasco, é um mostruário dessas ofertas: a morcilla, uma linguiça feita de sangue; o chinchulin, a tripa grelhada; os riñones, ou rins; o delicioso timo, a glândula pela qual os franceses lambem os beiços, chamando de ris de veau.
Entre essas carnes o 348 destaca o bife de chorizo, pedaço do contrafilé tão caro aos argentinos, aqui servido num ponto suculento. Acompanhado de uma boa batata frita com alho, antecedida pelas empanadas que são de lei, e seguidas do tradicional doce de leite argentino -que no 348 é servido dentro de uma panqueca acompanhada de sorvete.

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