São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Natalie Portman empresta vida nova a Anne Frank

CLÁUDIA PIRES
DE NOVA YORK

Mais de 40 anos depois da primeira montagem da peça "O Diário de Anne Frank", o espetáculo volta a fazer sucesso na Broadway neste final de ano.
Entre os trunfos que estão garantindo os elogios do público e da crítica -e a casa lotada todas as noites- está a atriz Natalie Portman, 16, que interpreta a garota judia que passou quase dois anos escondida com a família durante a Segunda Guerra Mundial.
Natalie está fazendo sua estréia na Broadway na pele de Anne Frank.
Mas se o teatro é uma experiência nova para ela, o cinema já a transformou na mais nova estrelinha de Hollywood.
A atriz fez sua estréia nas telas aos 11 anos, com o filme "O Profissional" (1994), de Luc Besson.
Na sequência vieram "Beautiful Girls", com Timothy Hutton, "Todos Dizem Eu Te Amo", de Woody Allen, e "Marte Ataca".
O próximo vôo de Natalie Portman é ainda mais alto: ela vive a jovem rainha -a mãe de Luke e Leia Skywalker- do próximo "Guerra nas Estrelas", de George Lucas, que tem estréia marcada para 1999.
Ao contrário do que poderia parecer, no entanto, a exposição nas telas não afetou a atuação da atriz nos palcos da Broadway.
Natalie deu nova vida à história de Anne Frank. Ela conseguiu trazer ao palco, com naturalidade, a alegria e esperança da menina judia em meio às confusões, medos e incertezas durante a Segunda Guerra.
Vida nova
O espetáculo também tem outros ingredientes que apontam para o sucesso, como o elenco competente e bem entrosado. O destaque é a veterana Linda Lavin, que interpreta a senhora Van Daan.
Outro ponto positivo é que a história, baseada no diário escrito por Anne entre 1942 e 1944 em Amsterdã (Holanda) durante a Segunda Guerra Mundial, ganhou uma montagem mais dinâmica.
O texto foi revisado e atualizado de acordo com a nova edição do diário de Anne Frank, lançada há pouco mais de dois anos.
A primeira versão, publicada em 1952, foi editada pelo próprio pai de Anne, Otto Frank.
O pai da garota foi o único sobrevivente das duas famílias que estavam escondidas no edifício de Amsterdã. Pouco antes do final da guerra, todos foram presos e enviados para diferentes campos de concentração. Anne morreu de tifo aos 15 anos no campo de Bergen-Belsen.
Essa primeira publicação omitia algumas partes em que a menina se queixava do relacionamento com a mãe e relatava suas dúvidas sobre sexo e crescimento. A peça atual tenta recuperar as partes perdidas na primeira montagem.

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