São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997 |
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HDTV pode destruir carreiras
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O evento histórico antecipa a mudança que estará generalizada no país, segundo lei aprovada este ano, até 2006, quando todas as emissoras de TV terão que ter devolvido ao Estado os canais analógicos que agora exploram. Há uma grande reação da indústria contra a mudança. Nenhum problema em relação às transmissões esportivas. Como um dos espectadores do Clube Nacional de Imprensa disse, "é como assistir ao jogo de um camarote especial no estádio", e, para as emissoras, não há nenhum custo adicional. Mas tudo que envolver produções de estúdio vai exigir investimentos pesados para mudar cenários. A resolução de 1.080 linhas em vez das 525 atuais vai destruir a aparência de gradiosidade e beleza que se consegue atualmente com tão pouco da TV. No mínimo será necessário aplicar os mesmos padrões de exigência do cinema. Também vai ser necessário se preocupar mais com a aparência de todas as pessoas que surgirem na tela. O HDTV poderá destruir muitas carreiras. Além dos investimentos, há dúvidas sobre o tempo que levará para a HDTV se universalizar. Há uma tendência histórica no sentido de que cada inovação tecnológica na área da comunicação de massa é adotada pela maioria das pessoas em períodos menores de tempo. Por exemplo, levou menos tempo para a maioria ter acesso ao videocassete do que havia levado para ter acesso à TV em cores. Mas a diferença de custo entre um receptor de HDTV e um de TV analógica será tão grande no primeiro momento (US$ 5 mil, segundo os melhores cálculos), que a vantagem relativa não será suficiente para mover muitas pessoas a pagá-la. Ainda mais porque a simples transmissão de HDTV para aparelhos que recebem sinais analógicos já será suficiente para melhorar a recepção. Texto Anterior: Ministério diz que Congresso 'poderá opinar' Próximo Texto: Conheça alguns duelos entre dois padrões Índice |
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