São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Candidatos já sujam SP em busca de votos em 98

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Faltando ainda um pouco menos de dez meses para as eleições de 1998, candidatos a deputados já estão sujando a cidade de São Paulo, pichando muros, paredes e postes.
A cidade, que ainda guarda várias marcas da eleição do ano passado (para prefeito e vereador), está sendo pintada pelos candidatos com slogans eleitoreiros e mensagens de feliz ano novo.
O mais curioso é que alguns desses candidatos ocupam cargos ligados à administração municipal, responsável pela limpeza.
É o caso do presidente da Prodam (Processamento de Dados do Município, empresa municipal), Carlos Augusto Meinberg.
Quem passa pela avenida 23 de Maio pode observar em vários locais o nome do presidente da empresa, que se apresenta em letras garrafais como Guto Meinberg.
O nome do vereador Hanna Garib (PPB), líder do prefeito Celso Pitta na Câmara Municipal, também pode ser visto na região central da cidade ao lado do slogan "passo a passo com você".
Justamente na área de influência da administração regional da Sé, órgão que ele controla politicamente e é responsável pela manutenção da limpeza pública.
Desde 1987, o despachante e líder comunitário do Cambuci Wagner Sugamele premia os candidatos que mais emporcalham a cidade com o troféu Porcolino, que ele chama de "Oscar da sujeira".
Sugamele diz que a culpa é do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). "Se um candidato fosse punido, acabaria a palhaçada", diz.
Nas avenidas mais movimentadas, os candidatos já iniciaram uma disputa ferrenha pelos locais mais visíveis. Cada um quer ocupar o espaço que o outro sujou primeiro. Na saída da rua Oscar Porto para a 23 de Maio, por exemplo, o nome de Garib foi pichado em cima do de Guto Meinberg.
Já no acesso da 23 de Maio para a ligação Leste-Oeste o nome do ex-deputado Gastone Righi (PTB) também foi pintado sobre o de um outro candidato.
Garib, Meinberg e Righi dizem que ainda não decidiram se vão ser candidatos em 1998 e que não são responsáveis pelas pichações.
Segundo a assessoria de Meinberg, funcionários do Banespa querem que ele dispute uma cadeira na Câmara. A assessoria diz não saber quem fez as inscrições.
Segundo Righi, um candidato de Diadema tem pichado o nome dele ao lado do do seu para "ganhar politicamente". "Sem minha autorização", diz.

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