São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Castelinho ficou abandonado por 60 anos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O imóvel conhecido como "castelinho mal-assombrado", na rua Apa, em São Paulo, não tem esse nome por acaso. Em 12 de maio de 1937, o empresário Álvaro César dos Reis, então com 45 anos de idade, após uma discussão por causa dos negócios da família, assassinou a tiros a mãe, Maria Cândida, 73, e o irmão Armando, 42. Em seguida, suicidou-se.
O castelinho, a partir de então, ficou para a União. Situado na região central da cidade, no bairro de Santa Cecília, o imóvel fica na esquina da rua Apa com a av. São João. Durante os 60 anos seguintes ao crime, ficou à mercê de mendigos e entulhos e servindo até como ponto de tráfico de drogas.
Mas agora a história vai ser outra. Depois de brigar na Justiça por 17 anos para ter direito ao imóvel, a ex-moradora de rua Maria Eulina Reis Silva Hilsenbeck, 46, hoje presidente do Clube de Mães do Brasil, pretende reformar o castelinho e montar ali um centro de atendimento infantil. O "Projeto Criança Futuro - Brincando É Que Se Faz" pretende atender de 150 a 200 crianças diariamente.
A obra, que será feita com o trabalho de 53 homens de rua e terá a ajuda de estudantes de arquitetura da Universidade Mackenzie, custará entre R$ 500 mil e R$ 800 mil. O Castelinho da Criança, como irá se chamar, conveniado ao Senai, vai oferecer a crianças e adolescentes cursos de informática, modelagem e bijuterias, além do curso básico de alfabetização.
Assunto encerrado
Crimes bárbaros parecem não assustar a locatária de um apartamento na rua Sampaio Viana, no Paraíso, onde no Natal de 93 o construtor Vicente Carlos Cimino matou a mulher, os sogros e um sobrinho.
A moradora, que não quis se identificar, é a segunda pessoa a alugar o imóvel depois do crime.
Apesar de cética, preferiu mandar recado pelo zelador: "Os mortos estão enterrados".

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