São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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O ESCRITOR NA PRAÇA

. JOSÉ J. VEIGA
"Quando estou preparando algum livro, acordo cedo, tomo café, me arrumo e vou para o meu escritório, aqui mesmo, como se estivesse indo trabalhar fora de casa", diz o escritor José J. Veiga, 82.
Acostumado a escrever em computador, conta que a separação da máquina de escrever não foi muito traumática. "Ficou muito mais fácil para corrigir e emendar partes de textos", explica, enquanto abre a janela para revelar a bela vista que tem da cidade do Rio de seu apartamento no tumultuado bairro da Glória.
Barulhento? "Que nada, quando me mudei pra cá os bondes faziam muito mais barulho que os carros de hoje. Estou acostumado. Quando escrevo, abstraio totalmente".
Mas, se Veiga consegue abstrair-se dos ruídos da rua, com muita dificuldade consegue ignorar os que lhe chegam da sua própria casa. "Certa vez escrevi um livro inteiro numa praça próxima daqui. Levei um caderno e várias canetas. Só voltava para casa para comer e dormir."

JOSÉ J. VEIGA nasceu em 1915 em Corumbá (GO). É autor, entre outros, de "Sombras de Reis Barbudos", "A Máquina Extraviada" e "O Relógio Belisário" (Bertrand Brasil). Vive atualmente no Rio de Janeiro.

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