São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

Rochedo
Pilotando desde março a presidência da Bienal de São Paulo, Julio Landmann (foto) faz o tipo caixinha de surpresas -no quesito versatilidade. Além de estar arrancando elogios de seus colegas de métier pela atuação à frente das artes plásticas, o engenheiro químico mostra que tem mesmo jogo de cintura. Quando era pequeno, foi proibido de comer o doce preferido por ser um gorducho renitente -sem medo de ser feliz, se escondia para fabricar creme de baunilha em seu laboratório, no quarto. Depois, se ligou nas pedras, que colecionava em caixinhas de sapato. O hobby ganhou novas dimensões. Sabe-tudo de geologia, ele tem um acervo de 900 minerais, está construindo um museu privé em casa e engata mundo afora sessões-garimpo em busca de preciosidades -tipo turmalinas e tudo que tenha algo mais na forma, brilho e transparência.
*
Tudo o que reluz é ouro?
Só para quem acha que cachaça é água.
Em quem colocaria o sapatinho de cristal?
Na Imelda Marcos.
O que precisa de polimento?
O caráter de muitos.
Como detectar falso brilho?
Com um olhar mais atento.
O que nunca perde o valor?
A bondade.
Dá para atirar a primeira pedra?
Só se não for preciosa.
Onde garimpa idéias?
Na minha mina cerebral.
O que é esteticamente correto?
O que emociona o olhar.
Qual o mapa da mina?
O caminho dos sonhos.
Quem tem coração de pedra?
Fred Flinstone.
Que trilha leva às esmeraldas?
A do mágico de Oz.
O que vale quanto pesa?
A 24ª Bienal de São Paulo -orçada em R$ 15 milhões.
Qual a pedra do caminho?
A falta de tempo -é tudo curto demais.

Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch
Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.