São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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28 peças saem de cartaz

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem deixou passar o ano inteiro antes de ir ao teatro tem hoje a última chance. A maioria das peças que estão em cartaz em São Paulo se despede esta noite da temporada 97.
Saem de cartaz ou entram em férias até 98 nada menos que 28 espetáculos. Entre eles, estão alguns sucessos de público, como as comédias de longa temporada "Trair e Coçar É Só Começar" e "Porca Miséria".
Também há algumas das peças mais elogiadas pela crítica neste ano, como a tragédia shakespeariana "Hamlet", na montagem com Marco Ricca.
Só entre comédias, são 18 as peças que encerram temporada. Duas delas trazem a griffe de Miguel Falabella. Ele é o autor do texto de "As Sereias da Zona Sul" e de "O Submarino", da qual também participa como ator.
Outra peça de um remanescente do besteirol também deixa os palcos. "Pérola", de Mauro Rasi, tem Vera Holtz no elenco e é mais uma incursão do dramaturgo no universo da própria família.
"Caixa 2", que tira humor dos escândalos financeiros, e "Vacalhau e Binho", na qual dois portugueses vêm ao Brasil ensinar interpretação, também estão no pacote.
Três musicais têm hoje a última apresentação neste ano: "Oh! Calcuttá 97", "Tudo 'Blue' no Mercosul" e "Teatro-Cabaret Brecht".
A primeira é uma atualização da peça que causou polêmica nos anos 70 por nudez e erotismo. A segunda, uma revista envolvendo temas políticos.
A última, que marca a volta de Myrian Muniz à direção, é uma colagem de músicas e textos do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.
Brecht também sai de cartaz em "Baal", peça de sua juventude, que foi montada por alunos da Escola de Arte Dramática da USP.
Hoje também é a última oportunidade para assistir, no teatro Ruth Escobar, à montagem de "A Lista de Ailce", uma adaptação do livro homônimo do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
Na peça, um Betinho interpretado por Angelo Antonio fala sobre os mortos de sua cidade natal, Bocaiúva, em Minas Gerais, a partir de uma lista feita por sua prima Ailce, que ainda mora lá.
Outra é o monólogo "Oscar Wilde", que retrata a passagem do escritor irlandês pela prisão, perseguido por homossexualismo. Elias Andreato, que também interpreta, escreveu o texto sobre passagens do autor.
Por fim, a poesia do pouco montado José Vicente, que surge em "Santidade", também tem hoje sua última apresentação. É a história de dois irmãos, na qual um se encaminha para a marginalidade e o outro estuda para ser padre.

LEIA MAIS roteiro de teatro abaixo e à pág. Esp. 4

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