São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Transporte coletivo vive guerra jurídica
PAULO PEIXOTO
A licitação para as novas concessões foi aberta pela BHTrans (empresa municipal que gerencia o trânsito e o transporte) em junho. Essa concorrência pública é uma exigência de uma lei sancionada em 95, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. A BHtrans está enfrentando dificuldades, ora com medidas judiciais impetradas pelas empresas que exploram esse serviço e pela Ambel (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte), ora com medidas no âmbito político. Na esfera judicial, já são 25 recursos. O maior tumulto até agora ocorreu no último dia 11, quando a Câmara derrubou veto do prefeito Célio de Castro (PSB) à emenda que extingue a BHTrans e promulgou a lei anteontem. O secretário de Governo da prefeitura, Antônio Faria, disse que o município vai impetrar na Justiça uma ação de inconstitucionalidade, alegando que a Câmara não poderia extinguir órgãos públicos. Mesmo tendo o apoio de 21 vereadores dos partidos aliados, o prefeito teve seu veto derrubado por 24 votos a seis. "A força do lobby empresarial na Câmara é muito grande", disse o vereador petista Rogério Corrêa. O vereador José Lincoln Magalhães (PSDB), autor da emenda, nega que seja contra a licitação. Ele diz que a proposta de extinção é unicamente por ser a empresa "incompetente, um gueto petista" e que "não dá solução para o trânsito ruim". Prorrogação A polêmica começou em novembro de 96, quando a Câmara, também derrubando veto do então prefeito Patrus Ananias (PT), aprovou uma lei adiando as atuais concessões por mais dez anos, prorrogáveis por outros dez. A prefeitura obteve liminar contra a lei, considerada inconstitucional. Os empresários recorreram, ganharam e, então, foi a vez de o Ministério Público contestar. O Tribunal de Contas, que em julho de 93 enviou ofício à BHTrans determinando que o órgão realizasse a concorrência, paralisou o processo por duas vezes. A BHTrans entrou com pedido de reconsideração da decisão do Tribunal de Contas e pôde continuar o processo licitatório. A BHTrans também conseguiu cassar todas as liminares existentes, mas não sabe até quando poderá prosseguir, principalmente pelo fato de a extinção da BHTrans ser agora um assunto da Justiça. Texto Anterior: 1,5 mi de carros deve deixar SP Próximo Texto: Como é o sistema de transporte em BH Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |