São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 1997
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Perspectivas para 98

MARCELO CHERTO

É a praxe: nesta época, as pessoas esperam que a gente fale das perspectivas para o ano que vem. Embora minha bola de cristal esteja, como a de todo mundo, meio embaçada, não sou de deixar meus leitores na mão. Portanto, aí vai. Só que, antes de falarmos de 98, convém dar uma rápida comentada em 97.
Ao contrário do que muita gente pensa ou diz, 1997 está sendo um ano bom para muita gente. No geral, o pessoal de fast food está se saindo melhor do que o esperado. Habib's, Dunkin' Donuts, Bob's e outros estão vendendo bem. O mesmo acontece com algumas redes de lojas de confecção e acessórios.
Afinal, o poder aquisitivo da população como um todo não caiu os 30% ou 40% que, dizem, caíram as vendas de certos setores. Uma boa parte dessa grana não sumiu, não se evaporou. Apenas migrou do mercado de bens duráveis para outros segmentos.
Não sou Pollyanna e sei que a vida não está fácil. Eu mesmo venho, nos últimos dois anos, reestruturando completamente minhas empresas para prepará-las para competir e buscar espaço no mercado global. Mas acho importante que franqueados e franqueadores não se deixem contaminar pelo pessimismo dos "arautos do caos", que acham que tudo está ruim, mas que ainda dá para piorar. Eu não me deixo influenciar por essa gente.
Para 98, estimo que o mercado de franquias continuará crescendo, embora a um ritmo mais lento do que o do período de 90 a 95. Aquele período de oba oba parece ter ficado definitivamente para trás. E, depois do oba oba, sempre vem um período de epa epa.
Daqui para a frente, a Lei de Darwin, da sobrevivência dos mais aptos, vai estar em pleno vigor no mercado de franchising. Quem não estiver estruturado, sabendo direito o que e, mais importante ainda, como fazer para, em parceria, construir o lucro da rede, corre o risco de dançar. Aliás, os momentos difíceis têm esse efeito purificador: tendem a expulsar do mercado os que não são eficientes. E abrem muitas novas portas para quem sabe das coisas.
Continuará a tendência de empresas que não concedem franquias, mas atuam em rede, se utilizarem das ferramentas típicas de uma operação de franchising para padronizar suas filiais e/ou seus representantes ou revendas, aumentando sua eficiência e garantindo, assim um novo diferencial competitivo.
Essa gente já percebeu que o sistema de franchising conta com certos dispositivos altamente benéficos para quem depende de uma rede de negócios para distribuir seus produtos e serviços.

Internet: www.cherto.com.br
E-mail: info@cherto.com.br

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