São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 1997
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Garota que quer transar tem de saber impor o uso da camisinha

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Há quatro meses transo com o meu namorado. Depois que eu perdi a virgindade, que foi com ele, apareceu um corrimento amarelado que, às vezes, tem muito mau cheiro. O que eu faço para acabar com este corrimento, pois ele não usa camisinha?"

resposta
Na hora das pesquisas, todos os adolescentes sabem muito bem o que devem responder. Eles sabem que todo mundo espera que eles digam que usam camisinha, e é essa a resposta que dão. E na hora H o que acontece? Não acontece, ou seja, a camisinha fica fora de uso. Por quê?
Algumas garotas, como você, deixam toda a responsabilidade e o peso da decisão de não usar a camisinha só nas mãos do namorado. Depois, quando acontece de elas engravidarem ou pegarem alguma doença, basta colocar a culpa do acontecido no pobre que não usava a camisinha. Ora, isso é coisa que se faça? Não é. Garota que quer transar precisa saber impor o uso da camisinha, e ponto final. Se é bom ou não, quem deve colocar, se colorida ou não, tudo isso já é outro departamento. Mas tem de usar. Ou, então, não transa. Espera a maturidade chegar.
Outras se apaixonam e acreditam que esse é o passe mágico para a imunidade. Não! Amor, paixão, confiança, tudo isso pode ser muito legal quando acontece, mas não muda em um milímetro o organismo: ele continua ovulando e, portanto, com capacidade de engravidar. Além disso, pode-se contaminar com qualquer bicho que, por um desses acasos da vida, habita o corpo do namorado. A garota que confunde as bolas dessa maneira ainda não pode transar, mesmo amando.
E tem mais: as que acham que nada vai acontecer com elas. Como chegam a pensar isso, não se sabe ao certo, mas que elas acreditam, acreditam. Pelo menos, até que aconteça algo. Qual o seu caso?
Não importa qual das três alternativas você assinalou, ou se todas, ou se nenhuma das acima. Só importa mesmo uma coisa, garota: que você passe a usar a camisinha ou deixe de transar. Aqui, sim, você tem apenas essas duas possibilidades.
E o corrimento? Vai ter de consultar um ginecologista para saber a causa. Remedinho mágico? Não há. Respire fundo e encare as consequências do que você fez. Deve ser coisa à toa, nada que um bom diagnóstico e tratamento não resolvam. Mas deve, principalmente, ser uma lição: sem a borrachuda, não!

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