São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 1997
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Pascoenses são hospitaleiros até o pescoço

ADRIANO SCHWARTZ
ENVIADO ESPECIAL À ILHA DE PÁSCOA

Um lugar especial entre flores e conchas. Talvez essa seja uma boa definição para descrever uma visita à ilha de Páscoa (ou Rapa Nui, no idioma local).
Flores, porque são colares de flores que o visitante recebe ao chegar; conchas, porque são colares de conchas (muitos, um ou mais para cada amigo que fez) que ele recebe ao ir embora. No meio tempo, o lugar especial, ou, como se diz por lá, o "umbigo do mundo".
É, na verdade, quase um mundo fora do mundo, já que não há nada habitado a menos de 2.000 km de distância de Rapa Nui -termo, aliás, que designa também os habitantes e a língua do local.
A maior atração dessa ilha polinésia de 175 km2, que pertence desde 1888 ao Chile, são os moai (a palavra serve tanto para o singular quanto para o plural), gigantescas estátuas de pedra que chegam a pesar até 90 toneladas.
Mas o contato com os rapa nui também pode ser muito interessante. Todos são bilíngues: falam rapa nui e espanhol. Para conversar, o "portunhol" e um pouquinho de paciência são suficientes. Aprender algumas palavras na língua local, contudo, é fácil e ajuda a tornar simpática a aproximação.
Ao encontrar e se despedir de alguém, basta dizer "Iorana". Para perguntar "como vai você?", é só falar "Pe he koe". E, para responder "tudo bem", "Rivariva".
Páscoa tem cerca de 3.000 habitantes. A população efetiva na ilha, entretanto, varia de acordo com o período do ano, pois, no período escolar, muitos jovens viajam para estudar no continente.
É no verão, quando a ilha está com o maior número de habitantes presentes, que é feita a Tapati. A festa, reunião de várias cerimônias que aconteciam anteriormente de modo separado, existe há 29 anos. Em 1998, ela ocorre de 30 de janeiro a 14 de fevereiro.
O principal evento da festa é o concurso da rainha da Tapati, escolhida após uma série de torneios e votações que mobilizam toda a ilha. Cada uma das três ou quatro candidatas que normalmente se inscrevem conta com "times" de cerca de 300 pessoas.
Para quem for à ilha de Páscoa há, além dos hotéis, outra alternativa: alugar um quarto em um dos residenciais do vilarejo de Hanga Roa -onde se concentram os habitantes da ilha-, o que certamente aumentará a possibilidade de conhecer os costumes do lugar.

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