São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Os "orelhões"

MARIO VITOR SANTOS

Recente encontro da Associação Brasileira de Ouvidores (ABO) registra uma silenciosa revolução na sociedade brasileira. Já existem cerca de 250 ouvidores e ombudsmans no país. Atuam em grandes e médias empresas atendendo aos consumidores. Estão cada vez mais presentes no setor público, onde quase sempre gozam de autonomia para servir aos usuários-cidadãos.
A Folha não tinha idéia do movimento que estava desencadeando ao criar o ombudsman. Foi, em 1989, a pioneira do movimento. Antecipou uma tendência. A iniciativa foi tão bem-sucedida que, agora, a ABO adota um rígido código de ética para ouvidores e ombudsmans. Tenta regular uma atividade que incha, animada pelo Código de Defesa do Consumidor, pela nova consciência geral em relação aos direitos do cidadão e, como não poderia deixar de ser, por gente interessada em faturar em cima do prestígio da nova onda.
No jornalismo brasileiro, a atividade é mantida na Folha, na rádio Bandeirantes de São Paulo e no jornal "O Povo", de Fortaleza (a rádio "O Povo", do mesmo grupo, também anuncia sua ombudsman). Muitos outros veículos estabeleceram canais com leitores e espectadores. Não são ombudsmans, mas, com diferentes denominações e graus de poder e liberdade, assumem parte de suas atribuições, servindo ao público. É inevitável o fortalecimento dos "orelhões", como os ouvidores também são conhecidos.

Texto Anterior: Privilégio brasileiro
Próximo Texto: Homem é espancado em aeroporto de SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.