São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Saiba como levar uma gravidez de risco

CARLA CONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Muito repouso e acompanhamento rigoroso durante o pré-natal. Essas são as principais dicas dos médicos para as grávidas de gêmeos, trigêmeos ou mais.
O número desses casos tem aumentado principalmente em decorrência da difusão dos tratamentos de fertilização feitos por mulheres com dificuldades em engravidar (leia texto abaixo).
"É uma gestação de alto risco, mas, se a mulher fizer rigorosamente o pré-natal, possivelmente não terá problemas", afirma o chefe da Unidade de Medicina Fetal da Maternidade São Luiz, Eduardo Valente Isfer, 37. Esse foi um dos temas do 3º Encontro Internacional de Especialistas em Medicina Fetal, realizado em dezembro.
Segundo os médicos, o risco varia muito de caso para caso. Mas, no geral, pode-se afirmar que uma mulher terá uma gravidez de alto risco se tiver alguma doença -como diabetes e hipertensão-, se estiver grávida de gêmeos ou mais e se tiver mais de 35 anos.
Para se ter uma idéia dos riscos de uma gravidez com mais de um embrião, uma grávida de gêmeos tem 40% de chance de ter um bebê prematuro, 20% de chance de o bebê ter crescimento intra-uterino retardado e 6% de possibilidade de morte pré-natal -quando o bebê morre pouco antes do parto ou alguns dias após. Já no caso de trigêmeos, as chances de prematuridade, retardo de crescimento e morte sobem para 100%, 50% e 16%, respectivamente, e para 100%, 80% e 20% no caso de quadrigêmeos.
No caso da prematuridade, é imprescindível que o hospital onde a mãe vai ter o bebê tenha UTI preparada para esse tipo de paciente.
Esse é um dos principais fatores que determinam a sobrevivência do bebê. Já no caso das crianças que sofreram crescimento intra-uterino retardado, elas poderão ter problemas no futuro, como dificuldade no aprendizado escolar.
No caso desse tipo de gravidez, a mãe é submetida a mais exames do que o normal. Além do ultra-som, feito a cada mês na gestação de risco, há uma série de outros exames que permitem examinar as condições do feto de maneira mais precisa (veja quadro ao lado).
Com isso, os médicos conseguem acompanhar melhor o desenvolvimento fetal, prever complicações, diagnosticar precocemente e também preparar a mãe no caso de o bebê ter alguma anomalia genética. "Uma mãe que sabe como está o seu bebê tem mais condições de se preparar psicologicamente", afirma Rita Sanchez, 33, médica-assistente da Unidade de Medicina Fetal do São Luiz.

A jornalista Carla Conte participou do 3º Encontro Internacional de Especialistas em Medicina Fetal a convite da Maternidade São Luiz

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