São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Chega de sinistrose

MARCELO CHERTO

Para quem aparece na mídia, principalmente quando o assunto é o mercado ou os negócios, sei que é bem mais cômodo e seguro fazer previsões pessimistas. Porque, de duas, uma: ou acontece mesmo a desgraça -e aí dá para ele fazer pose de "eu não disse?"- ou então o contrário.
Não é à toa que tem quem faça da sinistrose uma profissão. Ser otimista dá mais trabalho e menos audiência. Mesmo assim, teimo em ser otimista. Até porque, nos jornais, o que tinha de gente dizendo que "este ano o Natal já era" e assim por diante. Passou um mês, e a realidade é bem outra.
A Valisere cancela as férias coletivas. Nos shoppings, lojistas estão rindo de orelha a orelha. Um fim de semana após o outro, o Habib's bate seus próprios recordes de faturamento. A Dunkin'Donuts está vendendo bem acima do esperado. Idem, a Casa das Calcinhas.
Dá para ser pessimista? Não dá. Eu estou otimista em relação ao Brasil e ao franchising em 98. Estou convencido de que o mercado continuará crescendo, ainda que em um ritmo mais lento.
O que, aliás, é positivo. Acabou o oba-oba, e o mercado está mais seletivo. No Plano Real, o típico candidato a franqueado aprendeu o valor da grana. E não está a fim de investir suas economias num negócio no qual não sinta firmeza.
Em 1998 e nos próximos, a Lei de Darwin, a da evolução das espécies, estará em pleno vigor. Só vão sobreviver os mais aptos. Vão sumir muitas das empresas de consultoria ditas especializadas.
Idem com relação a franqueadores e franqueados. Quem não estiver estruturado, corre o risco de não durar muito. Quem não entender que franqueadores e franqueados devem dar as mãos para construir o lucro em parceria, dificilmente continuará no mercado.
Só vai ter lucro quem souber planejar, agir, medir e controlar o que for preciso para monitorar a performance. Como me disse um comentarista econômico, cheio de razão, "franquia não é para quem quer, é para quem sabe".

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