São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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O SBT CONTRA-ATACA

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

1997 foi um ano feliz para o SBT. Depois de ver sua audiência despencar de 14 pontos de média noturna em 92 para 9 pontos em 96, Silvio Santos assumiu totalmente o controle da emissora e fez uma série de mudanças na programação, que resultaram num crescimento médio em 97 de 11% na faixa que vai das 18h às 23h59.
Situação inversa viveu a Rede Globo, ainda líder absoluta no Ibope, que perdeu 11% de audiência no país.
Levantamento feito pela Folha junto aos arquivos do Ibope mostra que, entre 14 dos mais populares programas da Globo, só três não perderam audiência de 96 para 97 -"Jornal Hoje", "Domingão do Faustão" e a "Sessão da Tarde" (que cresceu 5,3%, de 19 para 20 pontos de média no Ibope).
No SBT, ao contrário, entre 12 programas analisados, só o "TJ Brasil" perdeu público, de 7 pontos em 96 para 6 em 97.
Os dados se referem à média nacional de audiência das emissoras, e respectivos programas, entre março e outubro de 96 e de 97. Esse período é considerado pelo Ibope como o mais estável da TV -não sofre com o horário de verão e nem traz reprises.
A pesquisa abrange nove regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Salvador e Recife. Juntas, essas praças tiveram, segundo o Ibope, um total de 41 milhões de telespectadores em 97.
Ou seja, cada ponto alcançado no Ibope nacional equivale a cerca de 410 mil telespectadores.
Na média de audiência da faixa noturna, que vai das 18h às 23h59, a Globo perdeu 4 pontos em 97 -ou 1,6 milhão de telespectadores. Caiu de 36 pontos em 96 para 32.
Enquanto isso, o SBT subiu de 9 para 10 pontos, ou 410 mil novos telespectadores no país. O crescimento só não foi maior porque alguns de seus atuais sucessos só foram lançados no meio do ano.
As outras redes, com exceção da CNT/Gazeta (que estacionou na média de 2 pontos), também cresceram um ponto cada. A Band subiu de 3 para 4 pontos de média (mais 33%). A Record, a Manchete e as emissoras públicas (como Cultura e TVE) foram de 2 para 3 pontos, um crescimento de 50%.
Arrancada
O SBT começou a inverter sua tendência de queda no Ibope quando lançou, ainda em 96, a trilogia de novelas mexicanas protagonizadas pela atriz e cantora Thalia. "Maria do Bairro", por exemplo, teve média de 15 pontos e incomodou o "Jornal Nacional" -que caiu de 42 pontos no ano passado para 37 em 97.
A segunda tacada de Silvio Santos aconteceu em abril, quando pôs no ar o "Alô Chrystynah" e o "Disney Club".
Esses dois programas conquistaram média de 9 pontos, contra os 7 pontos registrados pelo SBT no ano anterior nos mesmos horários. Um crescimento de quase 30%.
O segundo golpe de Silvio Santos veio em julho com "Chiquititas" (12 pontos), "Márcia" (média de 11 pontos) e "Concurso de Paródias" (9 pontos). Considerando-se que a média anterior das 21h30 no SBT era de 7 pontos, o crescimento foi de até 57% (caso de "Márcia").
Em agosto, Silvio Santos acertou de novo com a "Tela de Sucessos", que exibiu, entre outros filmes, "A Lista de Schindler", sempre às sextas, às 21h30. Até outubro, os filmes tiveram média 12 pontos, ou quase 5 milhões de telespectadores -contra 2,9 milhões das atrações anteriores do horário.
O "pacote" também ajudou no ibope de programas já tradicionais do SBT. O "Jô Soares Onze e Meia" subiu de 4 para 6 pontos de média. Ou seja, cresceu 50% em um ano. "Hebe" cresceu 42,8%, de 7 para 10 pontos.
O SBT encerra o ano comemorando ainda vitórias isoladas em São Paulo sobre a Globo com os programas "Márcia" e "Domingo Legal". Este último, derrota o "Domingão do Faustão" desde 19 de outubro. Sua audiência cresceu de 5,7 milhões em abril para 8,6 em outubro.

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