São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Vicentinho foi guia de cego em Acari (RN)

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde os oito anos, ele trabalhava no roçado em Acari (RN), cidade onde foi criado. Mas considera mesmo como seu primeiro emprego a função de guia de um cego.
"Ajudava um cego que vendia pães na rua", conta o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, 40, o Vicentinho.
"Ele era dono de uma bodega que vendia pão, balas, chicletes e cigarros." Sua tarefa era, além de guiá-lo, anotar em um caderninho os dados de quem comprava fiado. Na época, tinha 12 anos e nem se lembra de quanto ganhava.
Vicentinho não se esquece de uma estripulia que fez na época: embora nunca tenha fumado, conta que às vezes, "de farra", pegava um ou outro cigarro, que o dono do armazém vendia por unidade.
"Roubava cigarros do velhinho. Uma vez, fui colocando a mão na gaveta de cigarros. Pela minha respiração, acho que ele percebeu e me pegou em flagrante. Nunca mais roubei cigarros."
Depois, Vicentinho trabalhou na seca de 70, em uma frente de trabalho -"Cavava buracos, carregava terra e cortava mato."
Depois, foi pedreiro. Dos 18 aos 20 anos, trabalhou em mineração. Veio a São Paulo em 76.
(LPz)

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