São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Fiat lidera reclamações no Procon

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Pelo segundo ano consecutivo, a Fiat lidera o ranking de reclamações de consumidores.
Os dados são do Procon de São Paulo (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) e se referem às queixas feitas contra as quatro montadoras nacionais, registradas no ano passado.
A General Motors ficou em segundo lugar, seguida pela Volkswagen e pela Ford.
No ano passado, foram registradas 85 queixas contra a Fiat -77% a mais do que em 95, quando os consumidores fizeram 48 reclamações contra a montadora.
A General Motors, que em 95 apareceu na terceira posição (15 reclamações), passou para o segundo lugar, com 70 casos -aumento de 366%.
A Volkswagen é a terceira da lista, com 64 casos -113% a mais do que 95 (30). O número de queixas contra a Ford aumentou de 7, em 95, para 35 -acréscimo de 400%.
Rosa Nelsen, 32, supervisora da área de produto do Procon, afirma que as montadoras se apóiam, muitas vezes, na garantia que oferecem aos clientes para consertos de defeitos. Na verdade, eles exigiriam a troca do veículo.
Outro lado
A assessoria de imprensa da Fiat informou que estará, em breve, implantando novos projetos para agilizar os serviços de atendimento e o envio de peças às revendas.
Segundo a Ford, o fato de a montadora ser a última do ranking se deve ao programa de qualidade adotado pela empresa em 95.
O aumento de reclamações contra a montadora é consequência, de acordo com a Ford, do maior volume de vendas.
A reportagem da Folha procurou as assessorias da General Motors e da Volkswagen, mas ambas não se pronunciaram.
Sem solução
Os casos atendidos pelo Procon que ainda aguardam solução (não estão incluídos no levantamento) representam 23% do total de registros do ano passado.
Silvio Camilo Nobre, 38, técnico mecânico, é um dos consumidores que espera resolver seu problema por intermédio do órgão.
Ele comprou um Gol 1.000 (antigo) em junho do ano passado, na concessionária Gran-Via, que havia adquirido o carro em leilão.
Ao retirar o carro, diz ter constatado que estava sem o certificado de garantia e que, segundo a revenda, o mesmo seria providenciado. O carro, de acordo com Nobre, também foi repintado e teve o pára-lamas trocado.
A montadora teria afirmado ao cliente que o fato de o carro ter sido adquirido em leilão deveria constar da nota fiscal.
Segundo Nobre, a Volkswagen teria dito que o carro deveria ter sido vendido com preço abaixo da tabela.
Nobre foi ao Procon e, na primeira audiência de conciliação, a Ford não quis trocar o carro.
Lúcia Maria Costa Florentino, 39, diretora financeira, conseguiu trocar, com a ajuda do Procon, uma picape Ford F-1.000.
Comprada em outubro de 95, na Eufrásio, teria riscos na pintura. Depois, a F-1.000 apresentou vazamento de óleo e problemas no câmbio e na suspensão. Segundo Lúcia, a picape foi pintada cinco vezes pela revenda, que não conseguiu devolver a sua cor original.
Ela conta que fez um protesto com a picape no estacionamento do Salão do Automóvel, em outubro passado. "Depois dessa atitude e com a ajuda do Procon, o carro foi trocado pela fábrica."
O Código de Defesa do Consumidor determina que o Procon publique anualmente um cadastro de reclamações de consumidores.

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