São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Censo revela aumento vegetativo no 1º grau
DANIELA FALCÃO; RICARDO AMORIM
Segundo Maria Helena de Castro, secretária de Avaliação e Informação Educacional, esse aumento já era esperado. "Já há alguns anos que a tendência do aumento no número de matrículas no ensino fundamental tem sido a de acompanhar o crescimento populacional." Uma das raras exceções é o Ceará, que registrou um crescimento de 16,7% no ensino fundamental. Segundo o governo local, o motivo foram reformas pedagógicas que acabaram com a reprovação na alfabetização e a ação dos agentes comunitários de saúde. Eles cadastraram todas as crianças que estavam fora da escola e repassaram a informação para as prefeituras, facilitando o trabalho de trazer para as salas de aulas crianças que estavam sem estudar. Segundo Maria Helena, o Ministério da Saúde e o MEC deverão trabalhar em conjunto para que a ação dos agentes comunitários no Ceará seja estendida a outros Estados nordestinos. Houve queda no número de matrículas no 1º grau em quatro Estados: Rio de Janeiro (3,1%), Mato Grosso (2,2%), São Paulo (1,4%) e Piauí (1,3%). Em São Paulo, a Secretaria de Estado da Educação informou que a queda no número de matrículas é resultado do recadastramento de alunos. Havia vários alunos matriculados em mais de uma escola e, por isso, contavam duas vezes. Em 96, essa distorção foi corrigida. Pré-escola O número de matrículas na pré-escola apresentou crescimento negativo de 0,4% de 95 para 96. Os responsáveis pela queda foram os Estados do Nordeste, principalmente o Ceará. Juntos, eles tiveram uma queda de 4% nas matrículas, o que "puxou" para baixo o índice nacional. O motivo foi a política de extinção da classe de alfabetização posta em prática pelo governo cearense. A classe de alfabetização exigia que, ao final do ano letivo, o aluno prestasse um exame para verificar sua aptidão para ser promovido para a 1ª série do 1º grau. Como muitos alunos eram reprovados no exame, boa parte desistia antes mesmo de entrar no 1º grau. Os alunos de pré-escola do Nordeste representam 43% das matrículas nessa faixa de ensino no Brasil. Segundo Maria Helena, isso acontece porque a região concentra o maior número de crianças até 7 anos. (DF e RA) Texto Anterior: Negado pedido de habeas corpus para Paula Thomaz Próximo Texto: Promotoria quer reduzir tarifa em BH; Minas lança mutirão contra as enchentes; Rio terá que evitar consumo de energia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |