São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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CPMF tira R$ 8,6 bilhões do curto prazo

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O início da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) fez R$ 8,635 bilhões abandonarem em janeiro os fundos de curto prazo. O migração dos recursos consta de dados do Banco Central.
Esse tipo de investimento, que permite resgate diário, deixou de ser atrativo com o pagamento da alíquota de 0,2% sobre a transferência de dinheiro das contas correntes para as aplicações.
Mesmo com o imposto, permanecem aplicados R$ 14,271 bilhões nos fundos de curto prazo.
Em janeiro, também foi forte a corrida dos saques em CDBs prefixados. A captação líquida (depósitos menos saques) foi negativa em R$ 7,451 bilhões.
O dinheiro está abandonado o CDB prefixado porque essa aplicação paga um pedágio a cada mês, sempre que as aplicações são renovadas.
Mesmo com o grande volume de saques, o saldo das aplicações em CDBs permanece alto, com R$ 75,775 bilhões. É um sinal de que não se confirmou previsão segundo a qual essa aplicação seria extinta.
O CDB prefixado, em alguns casos, ainda é boa alternativa. Mas, para quem pretende aplicar o dinheiro por apenas 30 dias, pode ser mais preferível deixar o dinheiro no CDB a ir para a poupança. Depende da taxa de juros paga no CDB prefixado.
Poupança
Boa parte dos recursos que saíram do CDB prefixado foi para a poupança, que registrou em janeiro captação líquida positiva de R$ 3,513 bilhões.
É um número atípico para um mês de janeiro. No ano passado, por exemplo, a captação líquida da caderneta foi negativa em R$ 435 milhões.
O grande destaque no mês em que a CPMF mexeu com as aplicações foi o FIF (Fundo de Investimento Financeiro) de 60 dias.
Essa aplicação atraiu R$ 17,286 bilhões em janeiro. O dinheiro, aparentemente, veio tanto do fundo de curto prazo como das aplicações de longo prazo.
Pelo menos durante dois meses, o FIF de 60 dias funciona para os grandes investidores -que podem montar fundos exclusivos- como uma aplicação de curto prazo, com resgates diários sem perda de rendimento.
Depois desses dois meses, os fundos de um só participante serão extintos e os grandes investidores voltam a se igualar aos pequenos -ou seja, deverão deixar o dinheiro no fundo por 60 dias, sob pena de perda de rendimento.
Com bom rendimento, os fundos de ações carteira livre atraíram R$ 1,239 bilhão. O rendimento médio em janeiro foi de 6,41%, mas o risco da aplicação é alto.

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