São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Petrobrás tem ações suspensas em Bolsas

Decisão foi adotada pela CVM

DA SUCURSAL DO RIO

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), responsável pela fiscalização do mercado de capitais, suspendeu as negociações com ações da Petrobrás nas Bolsas de Valores.
O motivo foi uma sentença do juiz Sérgio Ricardo Fernandes, da 19ª Vara Cível do Rio, que condenou a Petrobrás, no dia 17 de janeiro, a pagar R$ 3,55 bilhões à Petroquisa (Petrobrás Química S/A), subsidiária da estatal, mais 20% de honorários advocatícios, equivalentes a R$ 812 milhões.
O custo total da condenação foi de R$ 4,25 bilhões, acrescidos do valor das custas do processo e de juros e correção monetária sobre o tempo que passar entre a data da citação da empresa e a do pagamento da indenização.
A decisão do juiz, passível de recurso, foi dada a partir de um recurso dos acionistas minoritários da Petroquisa, que se consideraram lesados pelas condições pelas quais foram privatizadas as empresas que tinham participação acionária da Petroquisa.
Na sentença, o juiz diz que a Petroquisa abrangia, em dezembro de 1989, quando passou a ter suas ações negociadas em Bolsas de Valores, 90 empresas, com investimentos de US$ 5,2 bilhões.
Pela privatização das empresas, iniciada em 1992, a estatal recebeu, segundo o juiz, apenas o equivalente a US$ 1.000 em dinheiro e US$ 941,17 milhões em títulos da dívida pública federal que só poderiam ser usados para o pagamento de dívidas com a União.
Ainda segundo a sentença, a Petrobrás "agiu no interessa da União Federal, em prejuízo da participação dos acionistas".
A CVM informou no final da tarde que só vai liberar a volta das ações às Bolsas após a Petrobrás divulgar um "comunicado relevante" explicando o problema.
Consulta O diretor financeiro da Petrobrás, Orlando Galvão, disse ontem que a estatal foi consultada pela CVM, na quarta-feira, sobre a sentença na ação judicial. Mas a autarquia, segundo Galvão, não avisou que determinaria a retirada das ações da empresa do pregão.
"Foi uma decisão de primeira instância, que os advogados da Petrobrás estão contestando e que consideram de improvável sucesso", afirmou Galvão.

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