São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Chega a remuneração por competência

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova tendência na área de administração de RH (recursos humanos) começa a ganhar espaço nas empresas brasileiras.
É a chamada remuneração por competência. Nela, o foco das atenções passa a ser somente o profissional -e não o cargo.
"Vai explodir nos próximos cinco anos. Afinal, é uma evolução, já que remunera de uma forma mais adequada as pessoas", avalia o consultor Michael Fitzgibbon, 45, da Hay Management Consultants.
Na remuneração por competência, funcionários que ocupam o mesmo tipo de cargo podem receber salários diferentes, ditados pela competência de cada um (leia reportagem à pág. 8-3).
Critérios
Por competência, as empresas entendem vários atributos, até mesmo os pessoais. São analisados capacidade técnica, personalidade, criatividade e conhecimentos.
A partir dessa análise, que é discutida com o funcionário, são determinados os pontos fortes e fracos de cada um. "Mas não há um caráter repressor. Pelo contrário. A idéia é sanar os pontos fracos."
O segundo passo é partir para a fase de treinamento, que também integra o processo. "O resultado imediato é que os funcionários ficam mais qualificados", diagnostica o consultor Pedro Montanari, 53, da Inteligência Empresarial.
A motivação, de acordo com ele, vem a reboque. "As pessoas se sentem envolvidas, dão mais de si e colaboram mais com a empresa."
Problemas
"O único problema é que poderemos perder alguns funcionários. Óbvio que eles vão se tornar mais qualificados e poderão ser absorvidos por outras empresas."
A avaliação é de Sérgio De Biasi, 49, diretor de operações do ING-Barings, instituição financeira que aderiu ao novo sistema. "Agora sabemos quais são as carências de cada um", afirma.
Fernando da Cunha, vice-presidente de RH do ING-Barings, explica que, na remuneração por competência, o foco de atenções passa a ser a pessoa -não o cargo. "É um pagamento mais coerente com aquele indivíduo", diz.
No ING-Barings, os funcionários da organização opinaram sobre a avaliação e o treinamento. O de técnicas gerenciais foi realizado em Amsterdã, na Holanda, em novembro do ano passado.
Compromisso maior
Na Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, até 98 todos os funcionários terão direito a disputar um adicional salarial proveniente da avaliação por competência.
Hoje são analisados dessa forma apenas os funcionários que ocupam os cargos estratégicos.
Luiz Marcos Simões, 46, assessor de RH, diz que o processo começou a ser implantado, ainda em fase experimental, no ano passado.
Mas ele acha que o ideal é oferecer remuneração por competência com participação nos resultados. "Cresce a disposição de um compromisso maior com a empresa."

LEIA MAIS sobre remuneração por competência à pág. 8-3

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