São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
Próximo Texto | Índice

Mercado tem até máquina de camisinha

Negócio se inicia com R$ 198

ALEXANDRE LOURES
DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio brasileiro está sendo "invadido" por uma mania que já toma conta dos Estados Unidos há, pelo menos, dez anos.
As "vending machines" -máquinas que são acionadas com notas ou moedas de real ou fichas específicas- estão chegando, em vários modelos, com força total no mercado brasileiro.
A febre é tão grande que até já foram desenvolvidas máquinas para a venda de preservativos, instaladas em bares e boates.
Outra novidade do setor é a "vending machine" de perfumes. O cliente escolhe uma das três fragrâncias disponíveis na máquina e deposita uma ficha. Em seguida, recebe uma borrifada do perfume selecionado.
Os modelos mais comuns de máquinas são: chicletes, balas, brinquedos, pipoca, café, bichos de pelúcia, salgadinhos, remédios, refrigerantes, execução de músicas e até palpites para a loteria (veja quadro abaixo).
Algumas máquinas podem vender produtos diferentes. A "vending machine" de preservativos, por exemplo, pode ser usada para comercializar remédios.
Retorno
O atrativo desse tipo de negócio é o baixo investimento e o retorno quase imediato. Com R$ 198, é possível adquirir uma "vending machine" de chicletes da Serv-o-matic.
O retorno do investimento, segundo o distribuidor, chega em um mês. Outro fator importante é a fácil manutenção e a boa aceitação que as máquinas têm junto ao consumidor.
Segundo Sílvio Becker, dono da Serv-o-matic, o segmento é um dos mais lucrativos do mercado.
"Quem investir R$ 190 mil na compra de mil unidades deve ter um rendimento mensal líquido de cerca de R$ 150 mil. É melhor que qualquer investimento no mercado financeiro", contabiliza.
Segundo ele, bastam 15 minutos semanais para tocar o negócio. "O único trabalho é repor a mercadoria e contar o dinheiro", afirma.
Dicas
Mas nem tudo são flores, porém, para as máquinas de fichas. Pontos pouco movimentados e produtos de baixa qualidade podem significar vendas insuficientes.
Para Jorge Quintana, dono da Casa das Máquinas, a escolha do ponto é fundamental para que o negócio prospere.
"As pessoas não vão atrás das máquinas, geralmente compram por impulso. Por isso, é preciso instalar o equipamento em lugares movimentados e de fácil acesso."
Além da localização, o operador deve estar atento ao aspecto e à qualidade dos produtos oferecidos. "O cliente tem de se sentir atraído pelo artigo que a máquina oferece", afirma Quintana.
Feira
O setor promove há cinco anos uma feira para expor as novidades do mercado. Neste ano, a Salex acontecerá de 25 a 27 de julho, no Mart Center, em São Paulo (SP).
"A feira já é uma das três maiores exposições da indústria internacional de diversões, com uma área de 30 mil m²", afirma Roberto Sales, dono da Filistreka, empresa do setor.

Próximo Texto: Equipamentos aumentam renda
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.