São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997 |
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Declarações são resposta aos EUA
CLÓVIS ROSSI
Há, no governo FHC, nítida divisão entre os ultraliberais, que querem ampliar e aprofundar a abertura da economia, e os que, sem serem contra, preferem um ritmo mais lento. É simbólica dessa segunda ala a frase do chanceler Luiz Felipe Lampreia de que o país não pode correr o risco de "uma segunda onda liberalizante". A primeira foi a promovida pelo governo Collor, a partir de 1990, agora batizada de "precipitada" por FHC. Quanto aos EUA, a pressão por uma abertura mais rápida e mais profunda ficou evidente durante a edição deste ano do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). Em jantar na presença de Lampreia, o subsecretário de Comércio norte-americano, Stuart Eizenstat, cobrou do Brasil, de forma dura, a adesão aos acordos globais sobre telecomunicações e tecnologia da informação, que estão sendo negociados na OMC (Organização Mundial do Comércio). Lampreia não pôde dar o troco, pois falara antes de Eizenstat, e não havia direito à réplica. Agora, FHC responde, embora em tom cuidadoso, adotando a linha padrão do Itamaraty. Admite discutir tais questões, que são relativamente novas no comércio internacional, desde que os países desenvolvidos atendam às reivindicações, bem mais antigas, dos países em desenvolvimento. Em especial na área de agricultura, em que "criticamos fortemente os países que não estão liberalizando", como disse ontem FHC, em alusão clara aos EUA e à União Européia. Como Lampreia, FHC também marcou o ritmo para a negociação com os EUA em torno da Alca: primeiro, fortalecer o Mercosul, e só depois negociar com o poderoso vizinho do Norte. (CR) Texto Anterior: País quer Mercosul forte para negociar Alca Próximo Texto: Ênfase recai sobre reformas Índice |
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