São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Escola transforma o Anhembi em 'passarela do merchandising'

OTÁVIO CABRAL; MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Rosas de Ouro levou o merchandising à avenida para ajudar a pagar as despesas do desfile.
A escola do bairro do Limão (zona norte de São Paulo) aproveitou o enredo "São Paulo, Capital Mundial da Gastronomia", para colocar em suas alegorias mensagens publicitárias de empresas relacionadas à alimentação.
A ala da culinária chinesa, por exemplo, era patrocinada pela cadeia de comida chinesa Lig Lig, especializada em fast-food e entregas a domicílio.
Já a ala dos cozinheiros teve patrocínio da revista "Gula", e a ala das crianças da cadeia de docerias "Amor aos Pedaços".
O presidente da escola, Eduardo Basílio, declarou que 20% do R$ 1 milhão gasto pela escola com o desfile deste ano foi custeado pelo merchandising.
"Somos a escola mais rica porque trabalhamos e somos criativos. A profissionalização é o caminho natural para as escolas que querem ser fortes", declarou.
Cerveja
As outras nove escolas praticamente restringiram seu merchandising à cerveja.
Todos os empurradores de carros alegóricos (conhecidos no meio como "feijões") tinham que usar uma camiseta com o logotipo da marca que patrocinou a escola.
Segundo Richard W. Pierry, diretor nacional de promoções e eventos da cervejaria, os valores destinados ao Carnaval paulistano, que ele não revelou, foram maiores que os de 96.
Vai-Vai e Rosas tiveram apoio da Antarctica. Nas duas escolas, os "feijões" saíram com camisetas com logos da cervejaria.
A Rosas ainda distribuiu milhares de bandeiras de plástico, com os logotipos da escola e da Antarctica.
Na Gaviões, a Kaiser ganhou um espaço extra. Um carro, representando um bar, tinha guarda-sóis com o logotipo da cerveja e o ator José Valien, o baixinho dos comerciais da cerveja.
(OTÁVIO CABRAL E MARCELO OLIVEIRA)

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