São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Gangue rouba dois motéis e mata cinco

DA FOLHA CAMPINAS

A polícia de Campinas (99 km de São Paulo) está à procura de um grupo de criminosos que, na madrugada de sábado, assaltou pelo menos dois motéis da cidade e assassinou cinco pessoas.
A "gangue do motel", como está sendo chamada pelos policiais, teria assaltado outros motéis na mesma noite, mas as vítimas não deram queixa na delegacia.
As ações da gangue começaram com o roubo do Escort XR-3 conversível, placas CPS-9988 (Campinas). Eles sequestraram e mataram o comerciante Ivonildo Donizet Fernandes, 26, dono do carro, e o manobrista Glener Alves Costa, 18.
Os corpos das vítimas, que moravam em Campinas, foram abandonados numa estrada que liga o Jardim Miriam ao bairro Tanquinho. Segundo a polícia, comerciante e manobrista foram amarrados ao pára-choque do Escort, arrastadas por um trecho da estrada e depois mortos a tiros.
Mirage
O carro foi usado pela gangue, logo depois, num assalto ao motel Mirage, região oeste da cidade.
Dois integrantes do grupo chegaram a alugar um quarto para não chamar a atenção dos seguranças do lugar.
Em seguida, outros dois homens entraram no motel e, com a ajuda dos que já estavam lá dentro, assaltaram a portaria.
Funcionários do motel comunicaram por telefone o roubo à Polícia Militar, mas não quiseram registrar queixa na delegacia.
Assim que saíram do Mirage, por volta das 4h, os homens foram ao motel Chalé da Mata, também na região norte. No local, renderam um taxista que ia buscar um casal no motel e abandonaram o Escort.
Roubaram o caixa do Chalé da Mata e, com o táxi Santana, sequestraram um casal de clientes e uma funcionária do motel.
No distrito de Nova Veneza, em Sumaré (cidade vizinha a Campinas), mataram a tiros os reféns. Uma das vítimas, a arrumadeira do motel Maria José da Silva, 54, levou um tiro no olho.
Segundo a polícia, ela teria sido morta pelos assaltantes porque reconheceu pelo menos um deles, um ex-recepcionista do estabelecimento identificado com Adílson.
O delegado-titular do 4º DP, Cláudio Alvarenga, que está à frente das investigações, não confirmou a informação.
Além da arrumadeira, foram mortos a tiros a professora da rede estadual Maria Regina Mendonça Ferreira, 37, e seu acompanhante, M.J.O., 17.
Policiais ouvidos pela Folha disseram suspeitar que o adolescente era aluno de Maria Regina. "O que espanta é a gratuidade com que as vítimas foram mortas. Todas estavam subjugadas, sem defesa", afirmou o delegado.
Segundo ele, existem assaltos a motéis na região, mas nunca houve um caso tão violento. "Nada me assusta mais nessa cidade", disse Freire, que trabalha há 11 anos na cidade.

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